23 de julho de 2019
Repostando
Apagou do livro todos os personagens.
Não quer a menina descalça
chamando da porta. Nem a moça confusa
imersa no rio. Ou essa ou aquela
em qualquer idade.
Apagou-as todas sem dó, nem burburinho
E foi sentar-se à brisa no final da tarde.
Anne Cerqueira
2008
17 de julho de 2019
E essa brisa?
Penso que o melhor remédio para continuar vivendo
é esquecer.
Quebrar o espelho, seguir como se tudo fosse sempre
novo.
Penso que não sei nada da vida ou de viver
e que esquecer, talvez, seja a própria doença.
Se preciso do poço ou da crença? Não sei. Não sei.
Abro a janela, o quintal pouco ensolarado
não me convida.
Mas estou viva.
E essa brisa???!
Anne Cerqueira
2019
é esquecer.
Quebrar o espelho, seguir como se tudo fosse sempre
novo.
Penso que não sei nada da vida ou de viver
e que esquecer, talvez, seja a própria doença.
Se preciso do poço ou da crença? Não sei. Não sei.
Abro a janela, o quintal pouco ensolarado
não me convida.
Mas estou viva.
E essa brisa???!
Anne Cerqueira
2019
18 de janeiro de 2019
Proa
Os rios estão aqui para nos levar
aos lugares que nunca saberemos.
Cheiros, vinhos, veios,
malas onde cabem o esquecimento,
esse fio
avesso da esperança.
Os rios estão aqui para nos levar
aos lugares que nunca saberemos.
Cheiros, vinhos, veios,
malas onde cabem o esquecimento,
esse fio
avesso da esperança.
Pai, mãe, barcos a vela
(proas
para romper a tormenta)
é preciso retomar a viagem.
(proas
para romper a tormenta)
é preciso retomar a viagem.
Os rios estão aqui
e nada sabem
da distância (silêncio
que corta
a tarde)
encravada nas bagagens.
e nada sabem
da distância (silêncio
que corta
a tarde)
encravada nas bagagens.
Anne Cerqueira.
janeiro/2014
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