29 de agosto de 2012

Depois de bater um dos dedos da mão na porta de vidro e perder metade da unha, me lembrei porque não costumava deixá-las compridas desde os tempos das unhas postiças na escola (vide post anterior). Marido vê o talho e comenta:
- Só você consegue certas coisas.
Algo me diz que não foi elogio.

28 de agosto de 2012

O preço da vaidade

Na escola tinha a menina empreendedora. Sempre aparecia com alguma coisa para vender aos colegas. Lembro bem das unhas postiças feitas de carretel de linha que, naquele tempo, era de material plástico e não de papel como hoje.
A gente comprava as unhas, compridíssimas por sinal, pintava da cor que queria e saia para arrasar. Tudo pela quantia equivalente a um real nos dias atuais.
Um único porém. Por falta de um recurso melhor, as unhas eram presas com chiclete. Depois de algum tempo o acessório ia embora e ficava só o chiclete mesmo. E mastigado.

27 de agosto de 2012

A última coisa que eu e minha mãe fizemos juntas foi ir ao cinema. Pouco tempo depois ela adoeceu de vez. Nada mais natural que terminar nossa história assim, pois foi com ela que aprendi a gostar da sétima arte ainda bem pequena.
É nela que penso quando assisto a Rosa púrpura do Cairo, do Woody Allen. Aquela parte em que Cecília confessa que vai ao cinema para esquecer as tristezas. 
Mãe possuia conceitos bem à frente do seu tempo, mas teve as asas cortadíssimas pela criação, pelo casamento, enfim. Às vezes acho que ela viveu uma vida que não era dela. Viveu apenas a vida que era possível dentro daquele contexto.
Vejam só, essa é uma análise minha. Ela nunca falou nada sobre isso.

14 de agosto de 2012

Navegar

É preciso ser feliz para esquecer
que a vida é esse prego na carne.
a conta para pagar
o desamor
(o desamor não mata ninguém -
ele disse e eu repeti
tantas vezes que perdeu o sentido)
é preciso perder o sentido
para ser feliz
larga a vida
vai ler um livro
Navegar
quando preciso


(Anne Cerqueira, agosto de 2012)

11 de agosto de 2012

10 de agosto de 2012

O novo

Sai da internet e vai viver é o novo desliga a televisão e vai ler um livro.

8 de agosto de 2012

Traquinagem

Minha filha avisa lá da cozinha:
-Mãe, Luca derramou água no chão.
Eu:
- Você não é o adulto que está tomando conta dele?
- Sou. Mas tenho duas mãos e ele tem dez.

2 de agosto de 2012

1 de agosto de 2012

Na sala de espera do médico uma criatura começou a falar super mal das pessoas que "expoem a vida no Facebook".
- Às vezes ACHO que esse povo não tem a menor noção - vociferou
Eu com meu botões:
- Graças a Deus que ela não sabe que tenho um blog. Senão teria certeza.