A última coisa que eu e minha mãe fizemos juntas foi ir ao cinema. Pouco tempo depois ela adoeceu de vez. Nada mais natural que terminar nossa história assim, pois foi com ela que aprendi a gostar da sétima arte ainda bem pequena.
É nela que penso quando assisto a Rosa púrpura do Cairo, do Woody Allen. Aquela parte em que Cecília confessa que vai ao cinema para esquecer as tristezas.
Mãe possuia conceitos bem à frente do seu tempo, mas teve as asas cortadíssimas pela criação, pelo casamento, enfim. Às vezes acho que ela viveu uma vida que não era dela. Viveu apenas a vida que era possível dentro daquele contexto.
Vejam só, essa é uma análise minha. Ela nunca falou nada sobre isso.
2 comentários:
Acredite Anne: vc pode estar com a razão; vidas como a que ela teve são bem mais comuns do que imaginamos. Um abraço.
Analise perfeita
Postar um comentário