1 de fevereiro de 2014

A cidade

É preciso que alguma coisa faça sentido
enquanto bebemos goles e goles de vodca.
Ou jogamos café pelo ralo da pia,
 ainda quente, em um dia frio.

Te mando o bilhete do trem
cartão no teu aniversário
a foto do casamento dos teus pais
e aquela outra, de tua irmã, ainda criança,
fazendo pose
em frente a árvore de natal.

Naquela cidade pequena
esquecida no tempo de alguém
que não sou eu

Não, não sou eu

Nem a menina de nome estranho
que vinha
insistentemente
nos chamar para a rua.

(Perdidos todos os mapas
estamos às moscas como os sonhos
na padaria
de seu  Januário)

nem tu, nem ninguém mais

Anne  Cerqueira
fevereiro/2014

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