Amo de paixão esse tipo de voz.
17 de fevereiro de 2014
12 de fevereiro de 2014
5 de fevereiro de 2014
I want be alone
Não tenho vocação para ser uma velha doida e divertida. Acho que sigo mais a linha Greta Garbo, tirando a questão do glamour e da beleza. Quanto mais o tempo passa, mais entro na casca, como boa canceriana. Mas às vezes acho que não é só uma questão de personalidade. É de covardia também. Essa coisa de não querer peitar o mundo. Já peitei muito, mas hoje não tenho fôlego de jeito nenhum. Olho e finjo que não vejo. Outro dia uma pessoa me disse: "Nossa Belas, você é um doce. Ninguém consegue brigar com você". Bom, não é verdade, mas mesmo assim, mesmo sem intenção, soou como uma ofensa terrível.
2 de fevereiro de 2014
Obediência
Pegando carona em um meme que está correndo o facebook
Quando eu tinha dez anos, só tinha dez anos mesmo e uma inocência cavalar comparada as crianças dos dias atuais, sem entrar no mérito da questão. Às vezes me pergunto como consegui chegar até aqui, quarenta e tantos anos, com tão pouco jogo de cintura. E não é só porque não sei sambar.
Outro dia estava em Salvador com uma amiga e a vi atravessando na frente dos carros com uma desenvoltura tão grande, enquanto eu esperava, estática e atônita, o sinal abrir.
Acho que ser obediente é meu mal.
Acho que ser obediente é muito bom para a sociedade que nos enquadra em regras, mas péssimo para o indivíduo.
Eu, que sempre me achei meio subversiva, por não agir, nem pensar como a maioria, envelheço crendo no contrário. E não desejo isso pra ninguém.
1 de fevereiro de 2014
A cidade
É preciso que alguma coisa faça sentido
enquanto bebemos goles e goles de vodca.
Ou jogamos café pelo ralo da pia,
ainda quente, em um dia frio.
Te mando o bilhete do trem
cartão no teu aniversário
a foto do casamento dos teus pais
e aquela outra, de tua irmã, ainda criança,
fazendo pose
em frente a árvore de natal.
Naquela cidade pequena
esquecida no tempo de alguém
que não sou eu
Não, não sou eu
Nem a menina de nome estranho
que vinha
insistentemente
nos chamar para a rua.
(Perdidos todos os mapas
estamos às moscas como os sonhos
na padaria
de seu Januário)
nem tu, nem ninguém mais
Anne Cerqueira
fevereiro/2014
enquanto bebemos goles e goles de vodca.
Ou jogamos café pelo ralo da pia,
ainda quente, em um dia frio.
Te mando o bilhete do trem
cartão no teu aniversário
a foto do casamento dos teus pais
e aquela outra, de tua irmã, ainda criança,
fazendo pose
em frente a árvore de natal.
Naquela cidade pequena
esquecida no tempo de alguém
que não sou eu
Não, não sou eu
Nem a menina de nome estranho
que vinha
insistentemente
nos chamar para a rua.
(Perdidos todos os mapas
estamos às moscas como os sonhos
na padaria
de seu Januário)
nem tu, nem ninguém mais
Anne Cerqueira
fevereiro/2014
O mundo
Não posso dizer quer o mundo
tem sido severo conosco,
meu amigo.
Mesmo que nos espalhe por ai
como penas ao vento
ou nos crave
árvores e falhas
em um único lugar do universo.
Nem posso dizer
(Mesmo agora
quando te ajudo a fazer as malas)
qualquer coisa
para atenuar a falta
é dia
faz sol
amanhã chove
e assim vamos
desfiando nossos rosários
nesse mundo
nem sempre afetuoso
nunca unânime
nunca fácil
talvez severo,
mas longe de mim dizer isso
eu que sequer me atrevo
a sair da cama
em alguns dias.
e oro baixinho
esperando que ninguém perceba
que tenho fé
ou esperança
estes fios
que nos movem
marionetes do nada
Anne Cerqueira
fevereiro 2014
tem sido severo conosco,
meu amigo.
Mesmo que nos espalhe por ai
como penas ao vento
ou nos crave
árvores e falhas
em um único lugar do universo.
Nem posso dizer
(Mesmo agora
quando te ajudo a fazer as malas)
qualquer coisa
para atenuar a falta
é dia
faz sol
amanhã chove
e assim vamos
desfiando nossos rosários
nesse mundo
nem sempre afetuoso
nunca unânime
nunca fácil
talvez severo,
mas longe de mim dizer isso
eu que sequer me atrevo
a sair da cama
em alguns dias.
e oro baixinho
esperando que ninguém perceba
que tenho fé
ou esperança
estes fios
que nos movem
marionetes do nada
Anne Cerqueira
fevereiro 2014
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