24 de março de 2013

Zé Dedé

Sonho com meu avô em sua lida de carpinteiro. A oficina no quintal escondida atrás dos pés de figo. Pode entrar.  Pode entrar. E puxa cabelo, belisca rosto, torce dedos, até que ninguém suporte e fuja com os outros. Todos os outros em debandada. Desavisados demais para entender que afeto nem sempre é brando.

18 de março de 2013

Gente que se apega a tudo

Eu. Protelando para assistir o episódio final de Brothers and sisters.
Mais ou menos nesse clima:


Com o agravante de não cantar como o Luke Macfarlane.

Pra rir e pra pensar

Bronzeado de inverno.
Eu com um tamanco dourado daqueles que podem cegar alguém se o sol bater:
- Amor, troco de sapato?
E ele:
- Não. Está combinando com suas pernas.
No restaurante quase vazio pelo adiantado da hora, o garçom simpático se empolga e serve a mesa cantando o hino nacional:
- Dos filhos dessólios, és mãe gentil...
A graça acaba ai.
 Agora ouvindo, sem querer, a briga na casa ao lado:
O adolescente:
- Mãe,  a senhora erra. Até minha vó erra. Todo mundo...
Ela interrompendo aos gritos:
- Mas você não tem esse direito.
E ele:
- Mãe, quando converso com a senhora perco a vontade de viver.


Um dia cheio hoje.

17 de março de 2013

Algo que não postaria no Facebook

Depois de tantos planos em vão de viajar para Garanhuns, eis que encontro a rua da minha avó paterna no Google maps. Uma emoção consoladora e estranha.
Meus avós morreram há algum tempo, mas eu precisava mesmo rever a casa.
De todas as coisas que passaram a me incomodar depois que envelheci, o pouco contato com o pessoal do lado paterno é uma das que mais pesam. 
Outro dia, um primo postou uma foto lá dos anos oitenta, creio eu. Umas seis pessoas naquela pose clássica de familia. Só reconheci vovô, vovó e a sensação imensa de ter perdido o bonde.

8 de março de 2013