31 de janeiro de 2012

Elas e eu

Minha filha mais velha descobriu que ser dona de casa é difícil. Estou cansadíssima. Diz com o exagero que herdou da mãe. E por que você acha que desisti no dia que vim ao mundo? respondo. Não tenho vergonha disso, nem talento para.
Minha filha mais nova passou dias tentando me convencer a fazer uma tatuagem - que só não fiz por puro medo da dor.
- Mãe, a senhora não era assim. Não estou reconhecendo.
Realmente. Eu não era assim. Tinha 30, 20 e poucos anos (e uma coragem que vinha não sei de onde). Hoje tenho quarenta e uns e todo direito de usar isso como desculpa.


Filhos. Pois é,  um dia eles crescem de verdade.

29 de janeiro de 2012




- Uma vez meu pai me contou como foi que ele ficou rico...
- Como foi?
- Ele vendeu uma maçã e comprou uma galinha.
- E depois?
- Ele vendeu a galinha e comprou duas maçãs.
- E depois?
- O tio dele morreu e deixou uma fortuna de herança.

(Le petit Nicolas. França/Bélgica-2009)

28 de janeiro de 2012

Não mesmo

Agora, nesse exato momento, a vizinha está ouvindo aquela música que a Paula Fernandes canta com Víctor e Leo. Na altura máxima e em ritmo de Arrocha. A vontade que tenho é de ir até lá, bater na porta e dizer com toda pureza e verdade d´alma:
- Vizinha, não precisa!!!

27 de janeiro de 2012

Pequeno colóquio amoroso

O rapaz cheio de carinho:
- Por que será que te amo tanto assim?
E ela:
- Porque sou maravilhosa, oras.

26 de janeiro de 2012

Discriminação

Pessoal,
Uma amiga minha estava num salão de beleza aqui em Feira de Santana e presenciou uma cena que a deixou chocada, então tivemos a ideia de contar o caso no blog porque não dá para ser conivente com situações desse tipo. De jeito nenhum. Segue o relato:

Foi cruel, brutal e aconteceu aqui em Feira de Santana. Uma senhora se recusou a fazer uma escova com um cabeleireiro apenas por ser ele um homossexual. A deseducada cliente não disfarçou sua indignação e falou explicitamente que não aceitava ser tocada por um gay. E ainda justificou a violência do mundo , como um castigo de Deus a existência dos homossexuais. A mulher humilhou, discriminou e desrespeitou o rapaz que ameaçou processá-la pelo ato indigno e preconceituoso. Sem se intimidar ela disse, ainda, que o cabeleireiro não era digno do amor de Deus unicamente pela orientação sexual.
Ao final do show ela saiu com os cabelos do jeito que entrou no salão. Solidários, os colegas do rapaz se recusaram a prestar o serviço.

...
Minha amiga já se prontificou  a ser testemunha do rapaz no processo.

25 de janeiro de 2012

Quase um meme

Pedem para completar: Sou uma mulher que....guarda a melhor louça para as visitas.
E nunca....sabe onde estão as chaves.   
Uma frase... This year - More fun - Less fear.



Tempos modernos

Você começa a recitar mentalmente o poema do Maiakóvski:

Não estamos alegres,
é certo,
mas também por que razão
haveríamos de ficar tristes?
O mar da história
é agitado
...
e emenda: e o Olodum a onda que viraaaaá....

24 de janeiro de 2012

Alguém deve ter pedido:

Deus, me dá delicadeza. E ele respondeu:

As vantagens

O dono do restaurante nos recebeu com festa. (Ah, as vantagens de ser gordinho). Frequentamos durante muito tempo outro estabelecimento dele, depois perdemos o contato. Ontem foi coincidência reencontrá-lo em um novo endereço, mesmo assim a visita rendeu muitos apertos de mão, abraços e uma porçãozinha extra de macarrão feito na hora. Aquele que você escolhe a massa, depois os ingredientes (entre umas quinze opções) e tudo é feito ao vivo. Bom, além de clientes fidelizados, eu e meu marido não damos trabalho, nem perdemos tempo com bobagens.
Enquanto todo mundo lista o que quer, acho bem mais fácil dizer o que não quero:
- Azeitona e alcaparras. O resto pode mandar.

22 de janeiro de 2012

20 de janeiro de 2012

Coordenação motora

Não trabalhamos. Sofria horrores nas aulas de educação física da escola porque não conseguia fazer polichinelos. Se pensasse nos braços, não pensava nas pernas e vice-versa. Agora me lembraram de um dos maiores terrores da infância: bambolê. Tive de todas as cores e nunca consegui dar um voltinha completa. Nada. Zero. Uma frustração. Pular corda? Nem pensar. Mamãe viajava e trazia os modelos mais modernos e bonitinhos do brinquedo.  E eu nada. (Me atrapalhava com as outras crianças).
Acho que minha mãe estava querendo dizer:
- Vai Belas, ter jogo de cintura na vida.
E eu? Nada.

(Off-topic: RIP Megaupload. Agora resta esperar o que vem por ai)

19 de janeiro de 2012

A summer day

Fico imaginando a alegria do mundo quando surgiu o primeiro ventilador:

        
            
             
              
              

18 de janeiro de 2012

Aninha na cozinha

Hoje acordei com síndrome de Nigella Lawson. Criatura que popularizou a arte de assaltar a geladeira sem perder a pose. E de cozinhar sem perder tempo. Bom, não lembro agora de nenhuma receita da Nigela para compartilhar com vocês, mas ando num anseio doido pela geléia de banana que minha mãe fazia e que é a coisa mais fácil do mundo: basta bater no liquidificador banana madura, suco de laranja e açúcar, depois levar ao fogo   com uns pauzinhos de canela. Tal qual minha ídola Nigella, a quantidade exata dos ingredientes é um detalhe que não domino, mas no fim dá certo.
Sim, eu sei. Todo mundo gosta de doce de banana (menos Helio). Todo mundo faz doce de banana (menos eu, só indico). Mas esse é mesmo uma"diliça".

17 de janeiro de 2012

(Atendendo a pedidos)

Mr. Robert Downey Jr.


Mas será o impossível? Sai dai, Jude!

15 de janeiro de 2012

Mais um caso do vestido

Minha mãe tirou o modelo de uma revista de corte e costura. Ainda lembro. Estampa Liberty, essa florida que está super na moda agora, cintura império e um detalhe amarelo ao redor dos seios. Achei uma graça e inaugurei o vestido em um aniversário de criança. Só nessa festa vi duas pessoas com um modelo igual-igual. Só mudava a cor.
Nos dias seguintes, um fenômeno que nunca entendemos: bastava ir na rua para encontrar a peça em todos os cantos. Era a epidemia da música de Michel Teló nos anos oitenta (e no ramo de confecções). Mas o pior mesmo não foi nem isso. Foi perceber que o vestido tinha uma particularidade: era para gestantes. Para gestantes, meus amigos!

14 de janeiro de 2012

Sábado

Carrego duas carteiras na bolsa só para encher de papel. Comprovante de residência, tickets de supermercado. Procuro alguma coisa, não acho. Filha liga chateadíssima. Está arrumando a casa onde mora em outra cidade e percebeu que pagou o dobro por um produto - de uma loja para outra. Digo (como minha mãe diria:) segue em frente, não adianta chorar pelo leite derramado. Estranho escrever essas coisas depois que estampei minha foto no blog. Todas as bobagens agora vão ter uma cara: a minha.
Ouvindo: música condenável. Mais não conto. Pula.
Vendo. Uma história de bondade. Israel, 2007. Filmão.
Lendo. Blogs amigos e outros.

11 de janeiro de 2012

O tempo

2004
2011
2012



Se alguém disser que eu melhorei vai ter briga.

10 de janeiro de 2012

Agenda do celular parada no tempo:

Muitos registros da época em que os prefixos de telefone da cidade ainda tinham três dígitos. Quase uma década. Três contatos já morreram.

9 de janeiro de 2012

Desapego

Comecei dois mil e onze com o firme propósito de fazer um retiro de silêncio. Cheguei até a cogitar a hipótese de passar uns dias na comunidade Taizé que existe em uma cidade aqui perto. E ficar quietinha junto aos monges de lá. Mas, como sempre, não deu em nada e eu tagarelei horrores o ano todo, até sob efeito de anestesia. Agora, alguns acontecimentos nesse início de dois mil e doze me levam mesmo a querer praticar o desapego, em todas suas formas e manifestações, porque gostar de sofrer é lindo nas novelas e na literatura, mas um porre na vida real: aquela em que você acorda insatisfeito para trabalhar e depois tem que lidar com os acontecimentos infalíveis e práticos do dia a dia. Não dá para agregar dramas. Se a vida corre o risco de ficar ainda mais limpinha e plana? Sim, mas é a única que tenho. É preciso cuidar.

8 de janeiro de 2012

Bichos

Eu assistia a série quando era pequena lá nos anos 70, mas só hoje descobri que Daktari significa "médico" na língua Banto. Se não engano, a série girava em torno de um leão vesgo que não conseguia caçar e por isso era protegido pela equipe de um médico norte-americano que vivia em uma reserva na África. Lembro de ficar sempre tensa porque os animais costumavam ser ameaçados por algum inimigo até chegar ao final feliz. Trinta minutos de angústia. Acho que é por isso que cresci detestando filmes com bichos. Os que falam ou não. Quase sempre resvalam para o dramalhão e como minhas torneiras lacrimais são defeituosas e abrem facilmente, realmente não dá. 
E teve a Cheetah (de Tarzan) que morreu esses dias. Na verdade era um macaco e não uma macaca. Depois li que o chimpanzé que morreu velhinho em um santuário na Flórida não era de fato o mesmo que contracenava o Johnny Weissmuller, aquele homem que eu achava uma coisa de lindo e hoje já nem sei.
E teve também Ully, nossa poodle que morreu de banzo. Primeira vez na vida que vi alguém adoecer de tristeza. Isso porque adotamos outro animal.
Na infância, a vizinha da frente tinha um cachorro manco criado no meio da rua. Ela viajava e ele passava dias vagando com fome, até que resolvi assumir a responsabilidade de alimentá-lo. Eu devia ter uns oito anos e sofri horrores quando se mudaram.
Em uma memória ainda mais antiga, teve o cachorro de Maribondo, cidade de Alagoas onde nós moramos um tempo. Ele era de outra família e fugia para brincar comigo, por isso meus pais não quiseram trazê-lo quando viemos para a Bahia. Lembro dele correndo atrás do caminhão de mudança, mas não sei se é verdade ou se inventei a cena.
E teve Frida Kahlo Cerqueira que conseguia driblar todos nossos esforços de segurança e acabou morrendo atropelada por uma carroça em uma das fugas. E Rufus Junior, o último que criamos. E Giordano Bruno, o gato. E o gato de meu amigo Egberto que sofreu uma reação a anestesia e comeu a própria língua. E muitas outras histórias nem tão trágicas assim, mas que servem para me lembrar - caro leitor paciente que conseguiu chegar até aqui - o motivo de resistir tanto a vontade de adotar um novo bicho. EU NÃO QUERO MAIS ME APEGAR. Não quero mais me apegar a nada e ninguém. Lema e slogan para 2012.

4 de janeiro de 2012

Luca



É Luca, mas poderia ser o irmão da Suri Cruise. Paparazzi leave me alone.

Sem título.

Tento ensandecidamente mudar o canal da tv e nada. Marido observa o drama por algum tempo, depois pega o controle  e logo resolve o problema. 
Eu:
- Esse controle só obedece a você agora. Só faltava essa!
Ele:
- Deve ser porque eu não tento usá-lo do lado contrário.
...
Essa é minha vida. Esse é meu clube. Dois mil e doze chegou bombando, minha gente.