30 de dezembro de 2009

Enfim, em paz com o blogspot

Duvido que amanhã tenha tempo de entrar na net com tanta coisa prá fazer no chamado mundo real, por isso vou deixar logo minha lista de resoluções (desejos, esperanças) para 2010:

List to Do: Nothing

Pois é, só de olho na mega sena da virada. Já joguei e você?

25 de dezembro de 2009

Por algum problema de conexão

...fiquei dois dias sem conseguir acessar qualquer página do blogspot, incluindo o Belos. Hoje fiz post de Natal e deletei. Escrevi e deletei. Escrevi e deletei. As coisas mudam, mudam e permanecem as mesmas, nós também. (O que me assusta e consola).

21 de dezembro de 2009

Pontos, vírgulas e rios.

Queria escrever com a naturalidade de quem conversa ao redor da mesa.
- Como foi o dia? Me passa o sal...
Não essa coisa telegráfica que me acomete às-vezes-quase-sempre.
Deixar a palavra correr solta
um rio indiferente à opressão das margens ou
uma queda d´água:


 

Cachoeira da Pancada Grande, Ituberá, Costa do Dendê, Bahia
61 metros de altura.


10 de dezembro de 2009

Tchau, people.

Assisti praticamente todos os filmes em cartaz na cidade do dia primeiro até agora, incluindo os infantis. A exceção foi Atividade Paranormal - porque  só pago prá sentir medo em parque de diversões, mesmo assim não ando em equipamento que deixe a gente de cabeça prá baixo. Bom, agora chega. Vou ali dar um pulinho na praia e esquecer de tudo. As dores do mundo.  (Jesus me ajude e proteja nessa grande empreitada de ficar totalmente offline).


Não se comportem, não tenham juizo e, please, estejam aqui quando eu voltar, ok?

Ídolos

Não tem jeito mesmo. Digo que não gosto, não vou ver, nem viciar, mas vicio geral. Que alegria pelo Diego.
E dia 12 de janeiro começa a nona edição do American Idol, na Sony.
Juro que não vou pirar na batatinha: chorar, sofrer e sorrir com o programa. Juro, juro, juro, mas nem eu acredito.

8 de dezembro de 2009

Há flores em tudo que vejo

Bastou meia hora de visita pra tia M. perguntar:
- Aninha, existe algum tecido nesta casa que não seja florido?
- Só as roupas, tia.
- É? E esta blusa?
- Ah... só algumas roupas, tia....

Pra Heydi e prá todo mundo.



Quer entender? Clica aqui: Escrevendo com os pés

6 de dezembro de 2009

A vida só é possível reinventada.

Então, lá vai: Antes da gente viajar de férias para a casa de parentes em Pernambuco, minha mãe me deu um laço de cetim amarelo com pompom nas pontas - que eu achava lindo de morrer. Tinha uns treze anos e me sentia a própria. O laço chamava a maior atenção no meu cabelo escuro e foi a primeira coisa que minha prima S. botou o olho quando chegamos na casa dela com mala, cuia e papagaio. A criatura não só queria meu laço, como ainda teve a maior cara de pau de pedir. Várias vezes.
- Nem emprestado?
- Nem emprestado.
Foi assim durante muitos dias, S. amuada e eu poderosíssima. É claro que nesse tempo teve uma série de disputas entre mim e ela, mas não importava o resultado porque eu tinha a vantagem do laço. Meu trofeuzão. Isso até o dia de vir embora. Acordo e a criatura está com meu laço no cabelo.
- Sua mãe me deu
Nem vou descrever o sorriso da prima quando disse isso. E a minha indignação: minha mãe tinha dado a vitória ao inimigo. Golpe mais baixo impossível.
- Mas minha filha... é só um laço, vou lhe dar outro.
- Só um laço??? Mãe, em que mundo a senhora vive? Nasci de uma marciana?  - Tá, isso eu só pensei. Mas se fosse algum tempo depois com certeza ia perguntar:
- A senhora nunca ouviu falar sobre Freud não?

Update. Sou do tempo em que os seres de outros planetas eram chamados de marcianos. Nada de E.Ts ainda.

2 de dezembro de 2009

Quarta-feira



Segundo dia oficial de férias e sonho com o trabalho. A noite toda. Você está precisando de uma terapia desocupacional, me dizem brincando. Concordo e vou pro cinema. Lua Nova. O filme é do lobo, mas ainda prefiro o pálido.

1 de dezembro de 2009

Leituras

Vida sem exagero é coisa sem graça.
Vida sem metáfora é leitura de jornal.

Dela: Aeronauta

28 de novembro de 2009

Meu primeiro casamento durou 18 anos. O divórcio foi complicado, igual a todos, presumo, mas depois a convivência ficou bem legal, sem stress. Só com algumas esquisitices que fazem parte. Hoje meu ex chegou aqui cheio de sacolas para as filhas.
- Trouxe o presente de aniversário de Elisa.
- Mas ainda é no dia 11...
- E o presente de natal dela e de Lucila...
- Ué, por que toda essa antecedência?
- Sei lá, vai que eu morro antes, pelo menos já trouxe.
- E você tá doente, por acaso? (eu fazendo cara de preocupada)
- Claro que não (ele fazendo cara de ofendido). Estou na mais perfeita saúde.
- Ah, tá...

?????

Em toda minha vida morei sozinha apenas um mês. Quando fui trabalhar temporariamente em outro Estado e fiquei em um hotel. Fora isso, sempre aquela história de dividir espaço com outras pessoas. Um quarto mulherzinha só meu? Aos 12? Aos 15? Nunca. E vocês sabem a ciência que há nisso. Essa coisa da sua liberdade terminar quando começa a do outro sai do macro e vem pro seu mundinho particular-mas-nem-tanto. Como se tudo se resumisse de repente em poder ouvir música na altura que você quiser, acender várias luzes ao mesmo tempo, deixar computador, televisão, ventilador e um monte de outros objetos ligados enquanto você toma banho. Ou simplesmente não ter que ouvir comentários do tipo:
- Tira esses porta-retratos da sala. Que coisa mais cafoooona.
Ou:
- Você sabia que tem gente que vive sem computador?
E ainda:
- Tropecei num sapato agorinha mesmo e tenho certeza que ele é seu. (E sempre é)
Então o que acontece quando Helio e as meninas não estão? Geralmente não faço nada do que penso que vou fazer e acabo dormindo. Ou seja, crio várias expectativas que não se cumprem e vivo presa nesse ser esquisito que gosta de solidão, mas não sabe o que fazer com ela.
- Mãe, estou pensando em morar só...
- Como é?
- Já tá na hora, né?!
- Mas, minha filha, você sabe quanto custa um botijão de gás? Água, luz, telefone? E se você precisar de alguma coisa....e se você sentir minha falta?!

27 de novembro de 2009

Sexta-feira

Quero dizer coisas que não consigo escrever e termina sendo coisa nenhuma. Depois falam que a gente se expõe demais nos blogs diarinhos. Já nem sei. Para cada palavra dita, dez silêncios, repetia meu professor de Literatura. Outro contexto, mesmo conceito.
Dezembro chegando e eu nada de organizar as férias. Vai estar tudo lotado e você vai sobrar (martela minha consciência e eu nem ai).
Só falto falar outra vez sobre o tempo...Até sonhei que ia a uma festa dentro de uma piscina, chique, de vestido longo e tudo, mas ninguém conseguia dançar. Não tinha música  porque entrava água nos instrumentos. Não sei interpretar isso, mas disseram que sonhar com água é bom. E só seria sinal de má sorte se a festa fosse de casamento. Maldade.

26 de novembro de 2009

O que será...

...que está acontecendo? As atualizações do Belos pararam de aparecer novamente nos blogs amigos. Ai que chato.
Gente, please, persevera...

25 de novembro de 2009

Acho que é esse calor infernal...

Ando abusadíssima. Do tipo que as pessoas dizem:
- Bom dia!!
E você responde:
- Bom dia por que???
Ouvindo loucamente para desopilar:


All the same,
it`s a game,
it`s a play, it`s a war,
it`s a shame that we`re always fighting for...

...For every regret
I tell a beautiful lie.

(Eu também, Yoav. Eu também.)

22 de novembro de 2009

Péssima, péssima companhia.

Então. Você é uma pessoa pacata, cumpridora dos seus deveres e que paga todos os impostos em dia numa vida assim maisoumenos muito boa. Até que começa a trabalhar com um tal de Egberto Siqueira  e tudo muda.
Primeiro ele lhe convence que sua alma é de emo, só porque você é emocionalmente exagerada, quase não tem senso prático e chora por tudo.
Depois faz com que você perca ainda mais a noção das coisas e tope posar para um ensaio fotográfico emo. Junto com ele, é claro.
E sabe o que é pior? Você que sempre odiou aparecer, tem pavor de tirar fotografia e nem lida tão bem com o espelho assim, simplesmente está adorando  muito tudo isso.
Chutei o balde.



*Participação luxuosa de Adam Lambert: na moldura.
*Agradecimentos aos produtores mais especializados do mundo: Rose, Romilson e Augusto. (Pelo menos não atrapalharam)
*Em breve nas melhores revistas do ramo. Aguardem e confiem. Ou não.

20 de novembro de 2009

Gente, responde....

Tá legal essa foto nova ou o blog ficou muito escuro?

18 de novembro de 2009

Gelatina azul - parte dois - a revanche.

Meu marido veio rindo da cozinha com uma caixa na mão.
-  Olha o que achei no armário...
-  O que foi?
-  Mais uma embalagem de gelatina azul
- Não vai acabar nunca não?  É que nem Gremlin: se reproduz com água?!
 - Se reproduz com água e ainda vira monstrinho.

Roubando a ideia do twitter.

#conteumsegredo:




Fui ao cinema assistir 2012 só por causa da música do Adam nos créditos finais.

(Adam Lambert, vice-campeão do American Idol deste ano. E meu ídolo de infância desde janeiro)

17 de novembro de 2009

No divã.


Sempre chorei à toa, sempre. Mas com o passar do tempo foi ficando cada vez mais fácil chorar com músicas, filmes e outros lances que considero legais do que com os acontecimentos ruins. Nessas horas praticamente não dá. Tudo trava. Foi a primeira coisa que disse ao analista: "Vim aqui porque não consigo mais chorar direito". Só que ninguém foge de suas particularidades, vocês sabem. Me debulhei tanto no fim da consulta e nas sessões seguintes que acho que ele nunca acreditou em mim.

15 de novembro de 2009

Quase um filme de terror....



Na rua onde moro a vida da gente tem trilha sonora 24 horas.
Mas ela não é exatamente como você escolheria...

14 de novembro de 2009

Salvador com sotaques






Palacete das Artes, na Graça



Homem que anda sobre  coluna - 1877



O torso - 1901



A mártir - 1885



Jean de Fiennes - 1886. Frente...



e verso.

A exposição Rodin foi aberta agora em outubro e deve ficar mais dois anos em Salvador. Pena que não deixam fotografar a parte interior do museu onde estão outras 62 obras do escultor francês, incluindo O Pensador - que ilustra o cartaz - e as maquetes da Porta do inferno, baseadas na Divina Comédia do italiano Dante Alighieri.
A exposição é bárbara, tem até a replica do atelier de Rodin e várias etapas de uma mesma peça para dar idéia do processo criativo. Vi outra mostra dele há uns 10 anos, também em Salvador, mas as peças exibidas eram em bronze. Nesta estão em gesso. As quatro esculturas em bronze que ficam no jardim não fazem parte do comandato e não vão voltar para a França porque pertencem ao museu.
O palacete da Graça é uma atração à parte com afrescos e papel de parede do início do século passado. Em estilo neoclássico, o prédio pertenceu ao comendador Bernardo Martins Catharino. Português de origem pobre que veio tentar a vida no Brasil, aos 14 anos, e por aqui ficou.
Emocionei. Com tudo.

Vou confessar...

... sempre achei de mau gosto aquelas listas de coisas para ver-ouvir-conhecer ou fazer antes de morrer. Meio mórbido esse negócio. Pois bem, o mundo gira. Essa semana dei uma passadinha na livraria Atlântica e acabei me interessando pelo tão falado 1001 discos para ouvir antes de morrer. Folheei, gostei e deixei lá... até ir em Salvador e encontrar o mesmo livro 20 reais mais caro. Assim que voltei para Feira de Santana fui buscar o danadinho e aproveitar o "desconto".
Aquela velha história: não gastei 40. Economizei 20. E por favor não digam que não existe lógica nisso.

12 de novembro de 2009

Badulaques

Quando nasci dona Zilu já era amiga da familia. Acho que tinha um parentesco longe com meu pai, mas nunca me interessei em apurar o assunto. O que lembro é que ela falava muito alto e gesticulava demais, balançando umas trezentas pulseiras de ouro cheias de badulaques pendurados. Parecia um sino.
Nos anos 80 quando Lima Duarte fez sucesso na novela Roque Santeiro - como Sinhozinho Malta, balançando o relógio no pulso - o apelido dele lá em casa era... dona Zilu. Fora a personalidade forte, a criatura usava roupas coloridíssimas e perfume para deixar o mundo cheiroso por três meses. E eu adorava. Tudo. Mesmo sem entender isso na época, dona Zilu era um agente transgressor no meu universo certinho e discreto. E isso nunca pareceu uma ameaça, mas uma possibilidade. A possibilidade do mundo ser diferente do que nos ensinam e ainda assim funcionar.
Lá em casa criaram as filhas para serem ladies. Minhas irmãs estudaram em colégios internos - que eram o máximo na época - e a mais velha teve aula de piano por anos a fio. Já peguei o período das vacas magras e me livrei dessas coisas, mas não posso me queixar da atenção que recebi porque mesmo nos tempos mais difíceis - quando meus pais já haviam se separado - a atenção não faltou.
Mas por que estou falando sobre isso? Não sei. Acho que é  porque sempre penso nessas coisas quando me junto com o pessoal da empresa para falar bobagens que corariam um estivador. Quando sinto prazer em xingar (e xingo muito), quando sou grosseira para que o trabalho, a casa e a familia aconteçam. Para que eu aconteça. É nessas horas que me assusto: ''... Nossa, não fui  criada desta forma". E sei que tem gente que me conhece há séculos e nem sabe que sou assim e nem sabe que também não sou assim.
Sou discreta, mas gosto muito de coisas coloridas. Sou medrosa, mas exerço uma função que precisa ter vários planos bês na manga e tomar decisões rapidíssimas nos momentos de maior  tensão e stress. Sou patologicamente tímida, gaguejo e me enrolo, mas posso enrubescer alguém se estiver me sentindo à vontade.
Também nunca liguei muito para as coisas que são como devem ser, mas para as coisas que são como podem ser. E juro a vocês que é bem nessas horas que balanço minhas trezentas pulseiras imaginárias cheias de badulaques. Só não exagero no perfume. Ainda.

11 de novembro de 2009

Posso com isso?!

- Amôo....
- Hum?
- Vamos pegar um cineminha hoje?
- E levar prá onde?

9 de novembro de 2009

Vinte anos

Já que o assunto hoje é a queda do muro de Berlim, aqui uma produção que trata o tema super bem. É inteligente, delicada e ainda cheia de referências a outros filmes - o que não deixa de ser um bônus.


8 de novembro de 2009

Vige!!!


É impressão minha ou tá tudo muito photoshopado nesta propaganda da Arezzo? Levei séculos para reconhecer a Maria Paula e ainda achei que a Andrea Beltrão fosse a Glória Pires (com um pouco mais de bunda). Juro.

Update: o sapato que mais gostei foi o da Marisa.

7 de novembro de 2009

Faltam...



23 dias, 14 horas, 24 minutos e 6 segundos para as férias.
Mas quem está contando?

5 de novembro de 2009

Chacoalhada

Primeiro encontrei uma ex-colega de universidade. A gente fazia parte de um grupo que viajava junto para mil congressos e entendia o mundo da mesma forma. Depois foi um amigo de infância que eu não via há mais de vinte anos. Sabe quando você passa a vida se perguntando: o que será que aconteceu com fulano?! Pois é. Tudo no mesmo dia, assim do nada. Ainda  fui assistir o documentário sobre o Michael Jackson. Resultado, impossível ouvir aquelas músicas e não lembrar de mim nos anos 80. Os melhores. (A pessoa que fui, as coisas que quis. Criatura auto-referente meodeos).
Enfim, a sensação é super estranha: parece que o passado trombou comigo...

30 de outubro de 2009

Uma questão de prioridade

O povo desistiu em cima da hora de ir ao cinema assistir o documentário sobre o Michael Jackson. Como sou uma pessoa solidária não fui só. Talvez segunda.  Aproveitei e dei um pulo na rua querendo comprar umas coisas prá levar para a praia neste fim de semana. Resultado, voltei com um edredon fofinho, pronto prá viagem. Mas Mãe, a senhora não perde essa mania? Não sabe dormir com lençol não? Só vai fazer volume na mala.
- Tá bom, prá você não dizer que não sou boa em negociar, deixo o edredon se você deixar a chapinha, o secador, o babyliss...



Tá, nem de longe sou charmosa e blasé que nem a Charlotte Gainsbourg, mas meu edredon é muitooo mais bonito que o dela. Ok, ok... vocês entenderam: só quis aproveitar a deixa para postar essa foto bacanérrima...

28 de outubro de 2009

Datas

Um beijo especial para Lélia que faz aniversário hoje. Prá você o que você gosta diariamente:





Essa é para Helena também.

25 de outubro de 2009

Panetone, espelhos, texto longo e mau humor

O bom dessa venda super antecipada dos produtos de natal é a volta dos panetones. Gosto tanto que até já tentei aprender a fazer, mas é um desastre. Minha amiga Sara costuma retirar um pouco do miolo do panetone e rechear com sorvete. Mas só funciona se servir imediatamente e se o pão for de qualidade.
Onde tu aprendeu isso?
Ué, a gente inventa.
E cozinha é bem isso mesmo, né? Minha mãe era rainha em alterar receitas. Nunca conseguia seguir nenhuma a risca, mas todas as mudanças acabavam funcionando. Ela foi uma excelente cozinheira até cansar e "perder a graça". Pensando bem, este deve ser um traço de familia.
Não sei se acontece com todo mundo, nem sou louca de generalizar questões tão particulares, mas as coisas estão perdendo muito a graça ultimamente. E isso não é uma queixa.
Um amigo gosta de dizer que estou sofrendo de velhice precoce. Dá uma de Ana Maria Braga: Acorda prá vida mulher, vai andar na avenida ou assume outro projeto.  Odeio esse tipo de discurso. Demorei séculos para apurar o estilo e, sinceramente, prefiro a frase que ouço numa música: Se você me ama me deixe viver em paz.  Acho uma atitude muito mais respeitosa. A gente precisa de espelhos, eu sei, mas não sou o espelho de ninguém. Não sou agora, nem era aos 15.



24 de outubro de 2009

No more drama



Acho que vou deletar o blog
Por que?
Ah, sei lá. Tou meio sem saco.
Mãe, quer saber? vai dormir e quando acordar já tá pensando em outra coisa. Em outras palavras, vai dormir que passa.

Ai atoron esse povo simpático  daqui de casa.

22 de outubro de 2009

Mulher enxaqueca

Muita dor de cabeça. Olho as coisas e vejo tudo pela metade. Umas sombras.  É o que o povo de casa diagnostica por conta própria como enxaqueca. A maioria das mulheres da familia tem e vem de longe. Minha avó se trancava em um quarto escuro e ninguém podia dar um pio perto dela por vários dias porque além de tudo deixa uma espécie de ressaca.
Tenho que escrever e depois escrever de novo consertando as palavras, pois penso uma coisa e sai outra. Troco as letras. Televisão, revista, livro: não dá.  Internet é como navegar à meia luz.
Um blog sobre nada.

Adorei




Alô??? É ela sim, mas não estou.



As vezes gostaria de saber quando, como e por que passei da "criatura que vive pendurada ao telefone" para "a chata que não atende a ligação de ninguém e tem o maior pavor quando ele toca". Celular então. Sempre associo com notícia ruim ou sinal de que "lá vem pressão em cima de pressão". Até ai, tudo bem, sei lidar com isso.
O problema é quando a operadora resolve sair do ar e o aparelho silencia. Em vez de sentir alívio por me livrar dele, me sinto desamparada como se não fosse mais receber notícias do mundo. Ou perder as mais importantes. E sem o menor motivo porque na maioria absoluta das vezes o danado fica mesmo é largadão no fundo da bolsa.

Ai gente, que tempos confusos.

21 de outubro de 2009

Hoje acordei

Com vontade de prometer coisas só pelo prazer de não cumprir.

20 de outubro de 2009

Canseira

Nos supermercados de Feira de Santana já tem enfeite de Natal. Vi e deu a maior canseira pensar naquele corre-corre infernal de fim de ano, além do calor grudento de dezembro. Acho que meu espírito ainda está no São João ou na Semana Santa ocasiões bem mais fáceis de ignorar.
De qualquer maneira, me dei um presente e só preciso esperar seis dias úteis pelos correios: a trilogia Sissi mais dois filmes avulsos sobre a imperatriz da Áustria que foi uma das figuras europeias mais importantes do século XIX e morreu tragicamente às margens de um lago de Genebra, apunhalada por um anarquista.
Por causa da Sissi passei a vida inteira querendo conhecer a Àustria (na verdade ainda quero). Por causa das duas - a real e a Sissi da Romy Schneider - atriz que a  imortalizou no cinema. A trilogia romantiza a história da imperatriz de uma forma quase absurda, mas é uma graça. Dose de água com açúcar suficiente para manter qualquer criatura calma por uns três meses. Amém.


Karlheinz Böhm e Romy Schneider - doces e belíssimos

19 de outubro de 2009

Sabem...

aquela frase batidíssima das Brumas de Avalon: Não peça à deusa aquilo que você deseja porque ela pode atender?!
Pois é, pedi. E me dei mal

A gelatina azul

Você vive tanto tempo para descobrir de repente que tem nojo de gelatina azul. Na verdade não é nojo, é medo. O médico que cuidou de uma pessoa da familia há alguns anos costumava dizer que ninguém deveria se alimentar com nada cuja cor não fosse encontrada na natureza. Fico olhando prá gelatina na geladeira e imaginando qual fruta seria assim azulzinha, azulzinha...Nenhuma claro. Então não dá. Não sou uma pessoa saúde, mas certas coisas não encaro mesmo.
-Afinal quem foi o #@* que comprou esse negócio?
-Você...
-Como?
-Pegando as caixas sem olhar e colocando no carrinho.
-E você não falou nada? *
-Eu ia adivinhar?!
(pausa)
-Tem gosto de que?
-De chiclete. Quer?
-Nem por obra e graça do Espírito Santo.
-Mas o que o Espírito Santo tem a ver com isso, criatura?
-Você não sabe? Ele protege as consumidoras desavisadas, as donas de casa desastradas e as pessoas que tem medo de quase tudo. Inclusive de gelatina azul. Pelo menos é o que espero.

*(Frase no melhor estilo: a culpa é minha e eu jogo em quem quiser)

18 de outubro de 2009

Minha vida de menina do balão


Cabelo curto e jeito de moleque ao lado de minha mãe e do meu irmão Silvio que tinha acabado de nascer. A gente morava em Palmeiras dos Índios, no interior de Alagoas, mais ou menos na época em que dei o maior susto no povo. Simplesmente desapareci. Meus pais e os vizinhos sairam vasculhando a cidade com medo que tivesse sido raptada ou coisa do tipo. Isso levou horas. Quando bateu a fome, sai do esconderijo: uma tábua entre a cabeceira de uma das camas e a parede.
Menino do balão perde.


Mãe, irmãos e eu

Todo mundo da familia tinha medo da minha avó paterna principalmente quando o assunto era um oratório que ela trancava a sete chaves. Ninguém em sã consciência chegava perto dele sem permissão.
Nesta foto estávamos de férias na casa dela em Garanhuns, Pernambuco. Foi justamente quando vovó deu um descuido e acabou me pegando com uma imagem raríssima de São Francisco de Assis, ninando como se fosse boneca. Já contei essa história, lembram?
Reza a lenda que o chão da cidade tremeu nesse dia, mas acho que não liguei muito não, pelo menos não perdi a pose. Um mimo meu vestidinho vermelho bordado.

O pai do Rufus

Rufus

17 de outubro de 2009

Padrão


Alguém comenta que às vezes um detalhe salva o dia e penso imediatamente em paisagens cinzas com algum traço vermelho. Padrão.
Ouvindo música sem parar, porque sempre desconfio muito de mim quando não tenho paciência nem para fazer isso.

13 de outubro de 2009

Acontece....

que hoje acordei meio Degas.

12 de outubro de 2009

Mimos

A boneca fofinha na verdade enfeita uma embalagem de biscoitos de araruta. Quanto a conserva, não sei o nome científico, mas a gente chama de pimenta biquinho, uma variedade que está sendo desenvolvida e bem aceita aqui na região. É saborosa e não arde. Soube que é um tipo de pimenta chique que caiu no gosto dos chefs de cozinha e que além dos pratos salgados pode ser usada em drinks. Andam criando mil receitas por ai.

(Não sei por qual motivo o povo adora me presentear com docinhos, bolinhos, conservas e afins, mas acho ótimo, claro. Além do mais, vem bem a calhar com o assunto predominante neste blog ultimamente. Ai, Belos, pensa magro. Já!)

11 de outubro de 2009

Acabei de ler...

... que hoje é o dia mundial da alimentação saudável. E eu vinda de um post sobre pastel e caldo de cana, minha cara esse senso de oportunidade às avessas. Sobre o assunto a única coisa que tenho a dizer é o seguinte: era melhor e muito mais divertido no tempo em que comida não matava.

(Um dia fui falar isso para uma pessoa e ela levou a sério. Comida sempre matou sim, a gente é que não tinha tanta informação a respeito. Quando eu digo que esse mundo anda muito mal humorado e ao pé da letra, o povo duvida).

10 de outubro de 2009

Amanhã...

...pretendo ir na feirinha comer pastel com caldo de cana. Pois é, diversão de gordinho tem que ser com comida, ainda mais aqui em Feira de Santana onde tudo gira em torno da gula.
A última vez que folguei num feriado foi no Natal, mas segunda-feira estarei em casa, de brisa. É tão estranho que só penso em dormir. Não programei nada. (Até porque o marido vai trabalhar e os meninos já tem planos). Na verdade, nem quero.
As vezes, na falta do que fazer, releio os posts antigos deste blog e é terrível: sempre acabo morta de vergonha por causa das vírgulas e outras coisinhas. Mas o povo é legal comigo. Olha a prova ai:

Meu marido perguntou por que não tirei a foto da página inteira. Como é que vão acreditar que é seu blog?
Tá, Amor. Obrigadão pela força...

9 de outubro de 2009

Alice

- Quando eu uso uma palavra - disse Humpty Dumpty num tom escarninho - ela significa exatamente aquilo que eu quero que signifique ... nem mais nem menos.

- A questão - ponderou Alice – é saber se o senhor pode fazer as palavras dizerem coisas diferentes.

- A questão - replicou Humpty Dumpty – é saber quem é que manda. É só isso.

(Elena Kalis - Alice under waterland. Lewis Carrol - Alice in wonderland)

8 de outubro de 2009

Nada sei desse mar. Nado sem saber de seus peixes, suas perdas, seu não respirar...

(Elena Kalis - Alice under waterland. Kid Abelha - Nada sei).

4 de outubro de 2009

Terminei....

o livro que ela me deu: a biografia do Carlos Imperial. O produtor que sacodiu a cena cultural brasileira por mais de trinta anos e foi responsável pela carreira de gente como Roberto Carlos e Elis Regina. Li aos poucos, vocês sabem, medo que as coisas acabem. Aloka.
Almoço às quatro da tarde. Restaurante cheio, mas garçom educado e agradabilíssimo. O que deveria ser regra vira exceção.
Caipirosca de tangerina, caipirosca de morango, caipirosca de umbu - quase bato o record do Anthony Bourdain quando fez o programa dele em Salvador e entornou todas as caipiroscas no restaurante da Dadá, a quituteira famosa.
Querem saber? Domingo de noite sempre me dá uma certa angústia.
Lendo um questionário curioso que achei na net. Qual o dia da semana em que você sofre menos? E por ai vai.

3 de outubro de 2009

Cinco:

Promisses
Delight
Évora
Upon-Avon
Sussurro

Não o que significam, mas como soam.

Ontem...

Quatro homens tentaram assaltar uma padaria aqui do bairro. O comerciante estava armado e reagiu, acabou em tiroteio. A vizinha me contou.

E a gente pensando que faroeste era só um tipo de filme.

Café ou chá?

Café. Frio, fraco e doce. Meu pai chamava de chafé.

(Update:
Café. Bem quente com pedaços de requeijão dentro. Não é bonito, mas é bom.
Café. Com uma bola de sorvete de creme)

1 de outubro de 2009

27 de setembro de 2009

Domingo...

... inteiro com dor de cabeça, a moça da farmácia disse que é o calor. Bem capaz, sei lá. Usando computador emprestado porque o meu está no conserto again, mas me atraplaho toda e não tem minhas músicas, nem meus filmes, nem meus outros arquivos... casa alheia. (Ai, possessiva, mal agradecida e reclamona). Talvez suma por mais um tempo, talvez não, vou saber amanhã.

Update. O Teo postou uma lista muito bacana de receitas com e de sorvete. Uma melhor que a outra, vale a pena conferir porque o rapaz entende do assunto. Fica ai a dica.

23 de setembro de 2009

Só de olho nas datas ....

Dia internacional do sorvete. Tá, não conheço nenhuma receita bacana e prática para postar, mas lembro que tia M. queimava açucar numa frigideira, igual a calda de pudim, deixava esfriar em um tabuleiro untado com bastante manteiga, depois triturava a massa com um martelo próprio de culinária. A gente pegava essa farofa e usava em cima do sorvete de qualquer sabor. (Melhor com os mais cremosos). Yummy. O legal é deixar uns pedaços maiores para dar "crocância".
Receita perfeita para hoje. O horóscopo me mandou reagir com menos aspereza às coisas do mundo e tratá-las com mais doçura. Juro. (O problema é que estou esperando o mesmo das coisas do mundo.)

21 de setembro de 2009

Este blog também é cultura:

70 anos do Mágico de Oz. No livro que deu origem ao filme os sapatos de Dorothy eram prata. Pois é, decepção.
O vermelho foi escolhido pelo estúdio para mostrar a nova tecnologia de cor disponível na época.

(Fonte: Seleções - Reader´s Digest)

20 de setembro de 2009

Sabem aqueles dias em que horas dizem nada?

Eita vidinha besta, meodeos

Caixa de diálogo

Ela: Eu lhe disse que...

Ele: ...o evento é às nove? Sim.

Ela: E que sua mãe ligou?

Ele: Nesses últimos segundos?! (pausa com cara esquisita)

Ela: O que é?! Você acha que sou repetitiva?

Ele: Repetitiva? Não, nem um pouco, nem um pouco, nem um pouco, nem um pouco....

18 de setembro de 2009

Sempre quis ter...

... um abajur daqueles que projetam imagens nas paredes. Comprei um que dava a impressão de estar dentro de um aquário. Peixe... plantinha... tudo bonitinho... uma graça. Resultado, passei a noite toda sonhando com sereias e outros seres bizarros. Acordei assustadíssima porque poucas coisas neste mundo me metem mais medo que a ideia de sereias e outros seres bizarros se movendo nas profundezas. Por isso nunca assisti a Dama da água do Shyamalan (só de olhar a foto promocional do filme tenho vontade de sair correndo). E nunca entraria no mar à noite mesmo que isso me garantisse duzentos anos de saúde e fartura.
Tá, voltando ao abajur. No dia seguinte embalei e entreguei ao alheio. Acontece que na familia todo mundo fica sabendo de tudo o tempo todo, então não estranhei quando uma das minhas sobrinhas me mandou logo depois um pacote cheio de estrelas de plástico. Elas vêm com adesivo para colar na parede ou no teto. Com a luz apagada, ficam só os pontos fluorescentes...
Achei muito bacaninha. O presente e o gesto. Simples, sem justificativas ou julgamentos.

17 de setembro de 2009

Birra pura. Não quero aprender...

... as novas regras ortográficas, mas sou obrigada. Bateu a dúvida, céu ainda tem acento?

"Há pessoas que querem retirar os acentos de todas as palavras depois da Reforma Ortográfica. Cuidado!!! O que a reforma fez foi mudar alguns casos. Palavras como chapéu, herói, céu, troféu e várias outras continuam a ser acentuadas."

Ah, tá. E dúvida?

Santa Clara e o climatempo....

Minha mãe me ensinou a rezar para Santa Clara quando eu era ainda bem pequena. A amiga de São Francisco me sustentaria nos momentos difíceis e ainda daria uma ajuda com a metereologia. Se estivesse chovendo forte, bastava colocar uma barra de sabão na janela e gritar - Santa Clara, clareai - que o tempo ficava uma beleza, céu azulzinho cor de manteiga.
Logo aprendi a fazer o contrário. Já que a Santa controlava este departamento, o pedido era de chuva. Muita chuva. Isso prá não ter que sair de casa.
Então, como pode uma pessoa que passou a vida toda fazendo promessa invertida ter quatro festas para ir em um único fim de semana?! Santa Clara, por favor, não me venha com falseta porque o assunto é sério. Nada de tempo bom numa hora dessas. Conto com a senhora, ouviu?
Em todo caso, vou ali esconder umas barras de sabão.

16 de setembro de 2009

Segredos, John F. Cooper:

Os beija-flores viriam

no início da manhã

e rodeariam tua cabeça

como planetas adornando o sol.

Empoleirados na tua orelha

sussurrariam coisas que só as aves sabem.

Nenhum, nenhum medo restaria.

14 de setembro de 2009

Onde você mora?

Sumi porque o computador quebrou - para desespero meu e alegria geral do resto da familia. O povo adora reclamar que MORO no mundo virtual e quer me convencer que a vida é melhor offline, blá, blá, blá. Casa é onde você quer estar, não é não? Eu acho. E essas coisas são tão relativas...
Camille, por exemplo, acha que lar e dor são sinônimos (home is where it hurts). Pena que não existe um vídeo oficial desta música que mais parece o hino dos meus companheiros de signo (alô querida nação canceriana!!!). Pelo menos este tem o áudio bom:

...Lar não é porto. Lar não é colheita. Lar é onde está ferido...

Amo.

7 de setembro de 2009

Ai que bonitinho:

O filho pequeno da vizinha querendo saber:

- Mãe, quando meu pai ficar velho ele vai ser meu avô, não é?

(Não gente. Sou uma moça discreta e educada e não vivo escutando conversa alheia. Só às vezes).

6 de setembro de 2009

Ah, tá...

Ela: Amor, você guardou a chave onde?
Ele: No lugar que você mandou.
Ela: Eu não mando, amor. Eu peço. Você obedece porque tem juízo.

A Feiticeira

Como diria a Samantha: oh, céus !!! Acabou de chegar o box da oitava e última temporada, então é isso. Coleção completa. Não sei se fico feliz ou triste. Na dúvida, vou hibernar em frente a tv com os episódios "novos". Trudi-lu.

Ah, bom feriadão prá quem é de feriado.

(Ilustração de Ronald Searle)

5 de setembro de 2009

Um conto sobre gente

Essa semana encontrei uma foto antiga da minha amiga Isa. Mais ou menos da época em que ela começou a ter febre todos os dias, sempre às seis da tarde. Era assim, a criatura sentava no colo da mãe para ouvir a ave maria no rádio e começava a arder. Foram meses e meses de médicos e remédios sem que houvesse qualquer resultado. Um dia ela não aguentou e contou a verdade: sonhou que estava conversado com Nossa Senhora e a santa avisou sobre o fim do mundo.
- Vai acabar!
Ficou com tanto medo que adoeceu. Não só o corpo. Tudo.
Não resisti. Terminei telefonando para a criatura e tocando no assunto (coisa que sempre quis fazer, mas só tive coragem agora, depois de adulta). Ela riu:
- Ah, meu bem, o mundo já acabou tantas vezes...

4 de setembro de 2009

Só para não esquecer:

Querido diário...

Preciso encher a cara. O mundo anda muito literal ultimamente.

31 de agosto de 2009

Hablas espanhol? Um pueco.

Mensagem do Juanes no twitter: "los quiero". awwwwwwwwww, fofo. Tá, isso é relevante prá quem? Prá mim, que sou carente e acredito.

29 de agosto de 2009

Na próxima....

... encarnação quero ser uma pessoa que gosta de sol.

26 de agosto de 2009

Hoje, amanhã e talvez depois

Fui na rua comprar coisinhas. (Voltei logo, afoita, a vida em suspenso no computador).
Previsão de tempos difíceis para os signos cardinais (entre os quais o meu se inclui).
E pensando na possibilidade de me reaproximar de algumas pessoas que se foram por puro descuido. Sabem distração?

24 de agosto de 2009

Just like this:

- Preguiça, tá com fome?
- Tô
- Vem pegar a comida.
- Tô mais não.

(Eita que este blog tá mesmo em fim de carreira)

Por onde...

...andará Stephen Fry Belchior? Ninguém sabe do seu paradeiro. Ninguém sabe para onde ele foi, prá onde ele vai.
Pena.

22 de agosto de 2009

20 de agosto de 2009

O armarinho

Ele apareceu na empresa onde trabalho querendo resolver um problema. Magro e sério, como sempre.
- Estudamos no mesmo colégio - puxei conversa.
- Foi? Na mesma sala?!
- Não. Você era umas duas séries adiantado... Seu pai tinha um armarinho no centro da cidade...
- Você lembra?
- Muito. Minha mãe ia lá direto e me levava. Não era bem uma loja moderna, né? Mas eu morria de inveja de você no meio daquilo tudo. Papel celofane prá todo lado, artigos prá festa feitos de madeira, tanta coisa colorida, tanta quinquilharia. Sempre achava que entrar ali era fazer parte de um universo paralelo... Igual a ler um livro e sair imaginando.
- (pausa) Eu detestava. Queria jogar bola. Ficar na rua com os amigos. Era garoto, você sabe...
-Eu sei, você não disfarçava muito – disse rindo. - Lembro dos balcões de madeira escura...Imbuia? Das imagens dos santos, as vitrines que pareciam oratórios... (pausa) Sua tia foi minha professora... tinha um problema de saúde...
- Morreu faz um bom tempo. Meu pai também. Mais ou menos quando a loja fechou. (pausa) Estou impressionado com sua memória...
-Eu também (pausa). Olha, vou procurar a papelada que você pediu... como é mesmo seu nome? Juro que sabia.

19 de agosto de 2009

Coitada da Jane...

Clicando na imagem a gente vê melhor. E tem outros trabalhos do Shel Silverstein aqui.