29 de dezembro de 2011

Tudo

O natal veio e passou correndo. Agora só roupas brancas nas vitrines. Essa manhã também foi incrivelmente rápida: quatro horas em poucos minutos. Colocamos um relógio enorme na parede da sala, marido diz que se sente no metrô de São Paulo. Olho para o relógio e penso que estávamos com mania de grandeza quando o escolhemos  e que ele está deslocado - assim como ando travadíssima com o blog. Constato e sinto dó. Gosto demais daqui. O que você quer para dois mil e doze? O de sempre: tudo. O problema é me contentar com menos.

20 de dezembro de 2011

Belos e Malvados

Uma criatura que procrastina e mente para si mesma. (Sempre nesta época do ano me dou conta que conheço  pouco - ou observo pouco -  as pessoas com quem convivo, independente do grau de afeto. Lista de presentes de Natal com quatro itens, ainda assim me atrapalho, sofro e quase sempre erro feio. Alguém precisa me salvar de mim).

14 de dezembro de 2011

Na falta absoluta do que fazer....

Achei o Jude Law recitando versos de Poker face, da Lady Gaga



É isso. A gente ganha pouco, mas se diverte

13 de dezembro de 2011

11 de dezembro de 2011

Dia do palhaço.

Foi ontem.


 Mas a foto é lindona. Para meu tio avô Zé Bill. O único palhaço que conheci (e gostei) de verdade.

10 de dezembro de 2011

Bolo, Nice e fama

Você vai no local que vende bolos de vários sabores - daqueles simples que geralmente acompanham o café -  e pergunta: Qual o preço do bolo? A vendedora diz: sete reais.
Você:
-Então me dá este aqui.
-Este é doze reais.
-E aquele outro?
-Doze reais também.
Acho graça. Não sei se é estratégia de venda ou falta absoluta de uma. E na onda das coisas que não fazem sentido, lembrei de uma moça que trabalhou lá em casa quando eu era menina. Ela contava histórias da roça e no meio de todas sempre tinha alguém que havia morrido de "sucesso".
- Como é morrer de sucesso, Nice?
- É quando a pessoa está andando na rua e o carro pega. 
Não perguntem. Mudando de assunto e ficando no mesmo: sempre que ouço falar em fama ou celebridades lembro da Suri Cruise que vira e mexe aparece escondendo o rosto dos flashes dos paparazzi. Deve ser horrível não ter escolha.





Sei de um ator que abriu mão de uma carreira promissora na tv porque não suportava o assédio e hoje tem uma carreira sólida no teatro, no entanto sem projeção. Parece que é feliz assim, creio que seja, mas já li muita gente criticando. As pessoas não entendem. No mundo de hoje as pessoas não entendem esse tipo de atitude mesmo.

9 de dezembro de 2011

Ah, tá.

Quem me conhece um pouquinho só, sabe que choro por absolutamente tudo. Já contei a história dos legos. Gostava tanto de brincar com eles que me debulhava toda vez que pegava a caixa. Era incontrolável. Cresci  e a coisa não mudou muito. É até motivo de piada de entre mim e meu marido.
Ele:
-Amor, se eu sumir você vai chorar?
Que é a deixa para eu dizer:
- Claro, choro por qualquer bobagem.
Mas nunca senti tanta vergonha disso quanto ontem. Estava no cinema assistindo Operação Natal, uma animação bonitinha e tolinha. E não é que me acabei de chorar na última cena? Tentava parar e não conseguia. O negócio foi tão feio que a família sentada do meu lado se virou pra olhar pra mim como se não acreditasse. Mico geral. Mas o pior mesmo foi a tentativa de consolo do garoto de uns dez anos.
-Moça, é uma comédia.

Luca


Abre os olhos pra ver o mundo 
Tudo é novo para os teus olhos novos
Dá pra cada coisa um nome 
Um nome novo e um sentido teu próprio 
Fala as tuas palavras de vogais 
E sorri quando já está dormindo 
Filho, pai, mãe, orvalho da manhã 
Tudo é novo para os meus olhos velhos 

(Luca, Os Paralamas do Sucesso)

Obs: E ele nem falou "vó" ainda. Imaginem.

8 de dezembro de 2011

Mahnan manan

Enio e Beto foram meus primeiros amores nessa vida, estrelas da versão nacional do Vila Sésamo. Lá nos EUA eles ainda são Ernie e Bert, mas a magia, é claro, acabou junto com minha infância. O programa aqui no Brasil tinha uma espécie de novelinha com Armando Bogus, Aracy Balabanian e Sônia Braga em início de carreira, antes de Gabriela. Lembro ainda da música de um boneco que ensinava a gente a contar: "Edson Santos quantos anos tem? 1,2,3,4, 5, 6....". Bom, este post surgiu na onda do novo filme dos Muppets que está em cartaz nos cinemas. Fui assistir cheia de boa vontade, mas o filme não funciona muito, a não ser para acionar a memória de quem foi criança há um tempinho. O filme é cheio de números musicais, alguns bem vexatórios que dão vontade de você se esconder embaixo da cadeira. Como ainda não posso fazer movimentos bruscos, aguentei firme e até chorei em algumas partes, quando a memória apitava:" Uia, lembro disso, tempos bons". Mas vocês não contam pra ninguém, ok?






Vamos lá pessoal, no coro: Mahnan manan...

7 de dezembro de 2011

Diarinho mesmo, mas depois...piora.

Acho que não é coincidência voltar a ter fortes dores de estômago depois que passei a beber café novamente. É que nesses tempos de recuperação de cirurgia, quando havia tão pouco o que fazer e muito o que esperar, resolvi me encher de agradinhos culinários suspeitos. O que prova que auto-indulgência é uma droga mesmo. Tsc, tsc, às vezes não vale a pena, meuzamiguinhos, garanto. No mais descobri que o quarto do Rufus Wainwright é meio parecido com o meu. Olhem aqui . Sem o piano, só a bagunça mesmo que a reforma deixou e que não tive tempo de resolver porque só agora o médico liberou para andar e sair de casa. Ele disse que sou uma mulher de sorte e por mais que eu tivesse duvidado disso algumas vezes nessa vida, agora tomei como verdade. Segundo meu filho, a primeira coisa que eu falei quando voltei para o quarto do hospital, ainda sob o efeito da anestesia foi:
- Estou viva. (Nunca disse que coragem era meu forte)
E depois:
-Vou para o aniversário de Luca (meu neto lindo de sete meses e que tem opinião sobre tudo, lá na língua dele)
E
- Avisa ao chefe que volto para a escala de Natal. (Peão é peão até nessas horas)
Pois é. Posso estar matando vocês de vergonha com este post diarinho e tosco demais, que já deveria ter sido deletado, mas estou viva. E no lucro. Agora vamos em frente.

4 de dezembro de 2011



No words.

(Rufus W. e Dido = I eat dinner)

29 de novembro de 2011

Top 10

Assistir programa de televisão que ensina a preparar carpacio de carne de lhama. Essa é uma das dez melhores coisas pra fazer quando você está se recuperando de uma cirurgia. E útil pra caramba, pra não dizer o contrário. Imaginem as outras nove (fora o fato de estar viva e bem). Ler entrevista da Beth Carvalho acusando a CIA de querer acabar com o samba e encontrar o vídeo da única música que você sabe cantar todinha em francês (desde o tempo da escola), só para perceber que a pronúncia não está lá essas coisas. Acho que é por isso que meu neto Luca ri tanto quando canto pra ele. Deve pensar: essa minha avó é lesada. Lesada ou não faltam quinze dias para sair da dieta de restrição de gordura. Que lhama que nada. Rodízio de massa me espere fazfavoire.



Marido liga de meia e meia hora, preocupado. Você querendo fazer charme atende o telefone com um sonoro "hello" que em bom português/baianês soa assim "Relou". Ai ouve a voz dele do outro lado da linha:
- Caiu, foi?

(Relar = ralar, ferir)

14 de novembro de 2011

11/11/2011

E o mundo não se acabou. Agora estão culpando os Maias. Cientistas dizem que houve um erro de interpretação na previsão deles. Com certeza vão procurar outra data....ah, espera...já tem dois mil e doze. A-cultura-do-medo.

13 de novembro de 2011

O sabor da saúde

Hoje acordei com mil ciclos. Aquele tuuummmmmm interminável no ouvido. Minha mãe dizia que era sintoma de fraqueza e tentava encher a gente de fortificante. Óleo de fígado de bacalhau. Me embrulha o estômago só de pensar, mas acho graça da lembrança: minha mãe com o remédio e a colher na mão e eu e meus irmãos correndo dela pela casa, invadindo o quintal (que naquele tempo parecia enorme). Uma das poucas vezes em que ser mais velha e maior que a gente não era muita vantagem.

9 de novembro de 2011

Essa vida assim

A criatura se despede no e-mail com "beijos", você retribui com "abraços", percebe depois e fica com vergonha. Nunca vi um mês de novembro com tanta chuva. Frio. Tenho voltado para casa todo dia com aperto no coração: reforma, bagunça, tudo fora do lugar, gente estranha. O John Frusciante estava certo nas primeiras linhas da canção que tem meu nome: "Anne você não pode se esconder". Suspiro. Essa vida assim, telegráfica e bestinha.


8 de novembro de 2011

A blogueira aos dez anos e uma pergunta que não quer calar:


Será que não existia ninguém nesse mundo que pudesse me impedir de sair com este penteado, meodeos?!!

6 de novembro de 2011

As pessoas

Elas se preocupam com você e demonstram assim:
"Você devia emagrecer"
"Se estressar menos"
"Organizar melhor as finanças"
e blá, blá, blá.
Muitas vezes você até acha que elas estão cheias de razão. Afinal é o óbvio. Mas exatamente quando se torna fácil fazer tudo que é considerado certo?

30 de outubro de 2011

Até hoje

O que eu mais gostava na casa da minha avó paterna eram os travesseiros com enchimento de macela. Parecia que a gente dormia numa nuvem de perfume.
Foi o primeiro lugar na vida onde vi bancos enormes de madeira na sala de jantar, daqueles de igreja. Até outro dia a comida era feita em fogo de lenha por opção. E o cuscuz era de milho ralado na hora. Foi o único lugar na vida onde vi um pé de figo.
Meu avô era marceneiro e bastava olhar pra gente pra dizer peso e altura. Também tinha uma ternura perversa. Quanto mais ele gostava de alguém, mais torcia os dedos e beliscava. Minha avó era altiva e severa, mas a única que caia no choro quando as férias acabavam e a gente voltava de Pernambuco para a Bahia. Não lembro nunca dela ter vindo em nossa casa. Só meu avô e seu indefectível chapéu.
Minha avó materna não conheci. Minha mãe dizia que era uma mulher delicada e suave. Meu avô materno vi pouco e sempre breve. A história dele saiu no jornal nacional lá pelos anos 70. Uma tragédia que deixou três pessoas da família mortas e algumas feridas. Ele também foi vítima. Mais não conto.
Meu avô se casou várias vezes e teve filhos mais novos que eu, alguns nunca vi. O último ainda era bebê quando ele se suicidou lá pelos anos oitenta ou noventa. Quando foram dar a notícia para minha mãe, tentaram obrigá-la a tomar tranquilizantes. Ela não relutou, mas jogou o remédio fora escondido. Só eu vi e nunca contei pra ninguém. Até hoje.

27 de outubro de 2011

26 de outubro de 2011

É a lógica que acaba comigo.

As criaturas estavam na mesa em frente a nossa e falavam o tempo todo em dieta enquanto se empaturravam de doces e refrigerantes. Não sei por que, mas a uma certa altura, aquilo me deu uma baita irritação. Viro para Helio e digo:
-Isso é assunto para se falar em uma delicatessen??????? Coisa mais chata.
E ele:
- O erro é seu, meu amor... que está ouvindo.

23 de outubro de 2011

22 de outubro de 2011

Vesti Azul! (Popopopopó!)

O rapaz da loja de tinta disse que camurça é o novo verde. Mas vamos pintar a casa de azul porque opinião é uma coisa feita pra mudar. Perdi a conta de quantas vezes disse: nunca vou morar numa casa pintada de azul. E eis que estou. Prestes. Meu amigo para assuntos aleatórios, música e séries de tv pergunta:
- O que tem visto?
E eu:
- Nada.
- O que tem ouvido?
- Nada
- Oxe, o que está acontecendo?
E a resposta óbvia e literal:
- Nada.
Mas querem saber? Está estranhamente bom assim.

(A nova secretária me chama pelo diminutivo. Acho graça. Ela enche potes com torrada e diz: "Pra senhora levar pro trabalho, dona Aninha".)

16 de outubro de 2011

15 de outubro de 2011

????

Para surpresa minha e de meu marido, ando sociável que é uma beleza. Não perco mais aniversários, almoços em família, batizados de boneca. Caiu um prato, pra mim é festa. E o que é pior, estou conseguindo até me divertir e esquecer o sofrimento que geralmente acompanha o processo. Marido, é claro, não está entendendo nada.
- O que foi que houve com você?
- Não sei. Só sei que é bom você não se animar muito...tudo nesse mundo tem limite.

10 de outubro de 2011

A torre que não é Eiffel

O quarto da bagunça virou a sala do computador. O problema é que o cômodo fica  na área externa da casa e é preciso subir uns vinte degraus para chegar até ele.
Minha filha disse:
- Pronto, agora que a senhora vai viver mesmo isolada de tudo e de todos.
O cardiologista:
-Bom, pelo menos vai fazer um pouco de exercício físico, subindo e descendo as escadas.
Mas o melhor pitaco mesmo foi da menina que trabalhou aqui até outro dia. Ela me viu indo para os fundos da casa e saiu com essa:
- Já vai para a "torre wafer"?

Batizou.

9 de outubro de 2011

Essa eterna saia justa

A bolsa é imensa. Tem três compartimentos enormes e espaço para tudo que você pensar no mundo. Olho para ela e penso: é uma mala. Outro dia guardei uma garrafa plástica de um litro e meio e não fez a menor diferença. Um par de sapatos, óculos de sol, carteira, milhares de folhetos de lojas de tinta, necessaires inúmeras e por ai vai.  O problema é que a bolsa deixa meu marido tenso. Principalmente quando o carrego para aquelas lojas de departamento com prateleiras muito próximas. Saio derrubando tudo e nem vejo. Só ouço meu marido lamentar:
- Eita, lá vai amor...............
Porque, além da voz da minha consciência, é ele quem tem a função de apagar os incêndios. Mas só percebi a gravidade da coisa outro dia, quando finalmente entramos no carro. Ele segurou o volante, respirou fundo e disse:
- Amor, sabe? O mundo.... o mundo é pequeno demais para vocês duas.

4 de setembro de 2011

Depois dos dezoito....

Ontem esqueci o remédio para baixar o colesterol. Hoje esqueci o remédio para o estômago. Vou jogar todos no lixo e comprar alguma coisa para a memória, está decidido. (Rasgando milhões e milhões de papéis e reencontrando o passado em caixas até então largadas no quarto da bagunça. Cartinhas dos meninos pequenos: Mãe te amo do fundo do coração. E outras coisas. A casa está toda destruída pela reforma. Você olha e pensa: isso não vai dar certo. Ansiedade mode-on, não consigo dormir. Minha filha diz: mãe tem gente que passa a vida inteira arrumando a casa. Seu mal é a pressa. Seu mal é a pressa,  lembro do meu pai. Ele adorava repetir isso quando ficava com raiva de mim. O quanto é preciso esperar quando você não quer esperar mais nada? Tá, deixa pra lá).

28 de agosto de 2011

Domingo

Fiz uma limpa no quarto da bagunça e resolvi doar todos os livros da casa, exceto os de valor sentimental. Meu ex-marido dizia que estávamos formando a biblioteca de nossos filhos, mas muitos nem são da área de interesse deles e estavam se perdendo. Livro que ninguém lê é livro que não existe. Agora preciso convencer meu marido a sair por ai buscando um lugar legal para entregá-los.
Tenho que convencer meu marido de muitas coisas durante essa reforma da casa. Ele diz que exagero e fico inventando coisas pra fazer. Me defendo, claro.
- Querido, não exagero nunca. Sou uma pessoa excepcionalmente-contidíssima!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

24 de agosto de 2011

Quarta-feira assim assim

Vou aproveitar a reforma da casa e jogar um bocado de coisa no lixo. Adotar a linha desapego-minimalista mesmo, pelo menos não acumula pó. Acabo de assistir um filme chatinho com uma frase ótima: a gente fica mais forte nas partes que quebram. Assim seja. Não estou alegre, nem triste. No aguardo.

21 de agosto de 2011

Ônibus 2

Eu e meu amigo S. resolvemos passar o dia em Salvador. Não lembro exatamente para onde estávamos indo, mas lembro da mulher morena que entrou no ônibus vestida com um maiô e uma saída de praia. Uns cinco minutos depois ela se levantou e começou a tirar a roupa. Pensem na situação. A mulher andava pelo ônibus do jeito que veio ao mundo. A gente não sabia se ria, se chorava, se fingia não ver ou sei lá. Então o motorista agiu rápido e levou o ônibus até o posto de policia mais próximo onde desembarcou a criatura. Lembro ainda de ter olhado para trás e ter visto a mulher nuazinha, nuazinha, fazendo polichinelos na pista super movimentada diante de dois policiais atônitos.

Ai eu fico pensando como é leve, leve, leve a condição humana a gente não é nada.

20 de agosto de 2011


Aposto como ele está de dieta

16 de agosto de 2011

A casa

Pegaram a casa da minha infância e espremeram entre dois prédios. Mudaram a frente, agora é endereço comercial com uma dessas portas de loja sem identidade nem nada. Passei por lá hoje e fiquei triste. Gente besta é assim.

14 de agosto de 2011

Ônibus

O homem entrou no ônibus com uma postura super humilde, pediu a atenção de todos e começou a contar que tinha vindo de outra cidade, estava desempregado e precisava alimentar os filhos. Era tarde, todo mundo com cara de cansaço e de "já vi essa novela antes" nem deu muita atenção. Poucos se mexeram para arrumar umas moedinhas e pronto. Foi ai que a coisa mudou de figura. O homem ficou colérico, começou a gritar os palavrões mais escabrosos. Todos os %#@#$%*&¨% possíveis. E como não bastasse, na hora de descer, desejou que o ônibus "cheio de gente tão ruim" batesse na próxima esquina e todo mundo fosse para o quinto dos infernos. No mínimo.

Pais e filhos


Ouvindo por ai

Amigo 1
- Não lembro quando foi a última vez que embebedei.
Amigo 2
- Eu também. Começo a beber e perco logo a memória.

11 de agosto de 2011

Depois de devorar cinco damascos desidratados cobertos de chocolate, bateu o maior peso na consciência e então resolvi calçar o tênis e ir andar na avenida. Tem pelo menos dez anos que não faço isso. Caminhei trinta minutos de glória e desespero tudo-junto. Marido disse que amanhã vou estar toda dolorida. Mas não estarei, mesmo que esteja. Porque é assim: a gente verga, mas não quebra.

(Fiz a última atividade do curso que falei para vocês no post anterior. Reclamo o tempo todo, mas quando acaba sinto falta).

9 de agosto de 2011

Dieta, mais de um mês protelando para entrar na academia de ginástica, curso que não acaba nunca, mil coisinhas que não se resolvem e reforma em casa.  (Feche os olhos, imagine que está em uma ilha ensolarada, sem lenço nem documento e todo mundo ao seu redor é a cara do Jeffrey Dean Morgan. Tudo bem, tudo bem. O problema é que não existe barulho de parede quebrando no paraíso, existe?)

7 de agosto de 2011

- Helio, que dia é dia quatorze?
- Dia quatorze.

4 de agosto de 2011

Plano B

Recebemos a notícia que um grande amigo nosso tinha sofrido um acidente e estava em estado grave. Como sou muito tímida e Helio também se retrai em situações assim, resolvi apelar para um plano b e levar minha filha mais velha ao hospital junto com a gente. A criatura mais extrovertida da familia com certeza daria conta da parte social da visita. Mas ficamos pouquissimo tempo lá. Mal entramos no quarto, olhamos nosso amigo com a cabeça e o rosto cheios de pontos e ouvimos um baque. Era minha filha: branca que nem papel, desmaiadíssima.

Escudos

Fui um bebê que estranhava horrores. Abria o berreiro e sempre fazia minha mãe voltar mais cedo para casa. Quer dizer, além de antissocial de nascença, ainda estragava as festas alheias. Bo-ni-to. Mãe dizia que eu tinha um travesseiro "de estimação" que carregava para todos os cantos e que sempre colocava entre mim e as outras pessoas. O que me leva a concluir que na vida é  sempre você sendo você, mas usando meios diferentes para exercer os mesmos hábitos e esquisitices. Hoje tem o cinema, a internet, a rabugice. Afinal, me respondam amiguinhos, existe alguém que consiga fugir de suas particularidades? 

31 de julho de 2011

Se queres ser feliz como me disse
No Analices
No Analices
No Analices
No Analices
Se queres ser feliz como me disse

(De Claudio Cartier e Paulo César Feital, na voz de Nana Caymmi. Não canso).

Coisas que só acontecem comigo, queridíssimo diário:

Cortei o dedo da maneira mais besta do mundo: tentando abrir uma lata. E foi um corte feio. Agora cato milho no teclado.
Fui ao cinema duas vezes ver o mesmo filme e de repente deu um não-sei-o-que de não sei-como, desisti nas duas e voltei para casa com cara de tacho.
Resolvemos almoçar em uma cidade aqui perto e no meio do caminho de volta percebi que estava sem bolsa. Tinha esquecido no restaurante. Mas lembrei de trazer a coca-cola que sobrou.

Belos e Malvados:

Planejando uma grande fuga parada em uma fila. 
(E roubando letras de música para dizer o que sente. Sei não. Cresce Belas)

26 de julho de 2011

Às vezes tenho certeza que as coisas chamam a gente. Quando começo a sonhar com as casas onde morei. Sei lá, ou lembro recorrentemente de um filme que vi há séculos ou passo horas cantarolando uma música que já foi importante. Esses e outros exemplos assim do nada.
Outro dia disse para uma pessoa:

- Às vezes acho que as coisas chamam a gente.
E ela respondeu
- Não. É só você sentindo falta de você.

24 de julho de 2011

O amor é feio

O amor é lindo
Faz o impossível

O amor é graça
Ele dá e passa

O amor é livre

Tão bonitinho. Tribalistas.

Esqueceram de mim

O Twitter é um bom companheiro, ninguém pode negar. Ontem a noite estava pensando: quem mais além de você ainda assiste concurso de miss, Belas? Então abri o Twitter e me senti acompanhadíssima. Não perco um desfile desde pequena. Lembro da vez que estava assistindo o Miss Universo sozinha no quarto dos meus pais quando teve um principio de incêndio no térreo. Todo mundo saiu correndo, menos eu que não percebi nada. O pior é que só lembraram de mim algum tempo depois com a situação já controlada. Eis o problema de ser muito quieta e desatenta.
Se fosse para morrer, não me salvava.

19 de julho de 2011

A blogueira aos dezoito anos


Feliz, mesmo sem nem sonhar com uma escova progressiva

18 de julho de 2011

Anônimas

A moça levou uma queda tão feia que até os sapatos voaram dos pés. Uma outra, parada no ponto de ônibus ao meio dia, cheirava a biscoito recheado de morango. A terceira procurava velas adequadas para um jantar romântico. Dei minha opinião e apontei para o pacote com doze unidades.
Ela:
- É muito.
- Mas pode ter outros, não é?

14 de julho de 2011

Feia!



Ela:
- Amor, vamos nos correios comigo? (A agência fica há alguns metros de casa). Não quero ir só.
No meio do caminho, ela novamente:
- Pensei que você fosse dizer "deixa que vou no seu lugar"
Ele:
- Mas eu achei que você quisesse ir.
(Pausa)
Ele outra vez:
- Quer voltar? Eu resolvo.
Ela:
- Por que isso agora? Tá querendo se livrar de mim? Não gosta mais de minha companhia?!

Eu sei, eu sei. É feio, é chato, mas às vezes você precisa muito implicar com alguém.

10 de julho de 2011

8 de julho de 2011

Amém

Salvador tem 365 igrejas, uma para cada dia do ano, além de 365 MIL prédios que parecem igrejas. Um prato cheio para mim que não consigo passar por um templo sem me benzer. Se estou preocupada com alguma coisa, então, piora. Às vezes me benzo tanto no automático que só percebo o que estou fazendo quando ouço meu marido dizer:
- Amém!
Mas o pior mesmo é quando me engano. Tenho que aguentar os comentários e a risada dele:
- Ih! Amor se benzeu em frente ao Ministério Público...

3 de julho de 2011

(IR)Realidade paralela

Minha filha sonhou que ganhava dois vidrinhos de perfume de um ator famoso."Um para você, outro para sua mãe".
Ela termina de me contar a história e sai da sala.
Pergunto:
- Vai onde?
Ela:
- Olhar a bolsa para ver se foi sonho mesmo.


Sei não, mas desconfio que essa menina anda assistindo televisão demais!

2 de julho de 2011

Eu, Clóvis, Bahia de Feira, Lélia e vocês

Essa foto do Bahia de Feira veio dos arquivos do meu querido Clóvis Frederico. Já tem um tempinho que ele me mandou, mas guardei para postar hoje, dia em que eu e o  time "Tremendão"  fazemos aniversário:


(Anne,
nessa fase de orgulho da Feira escavei uma fotinha do atual campeão baiano, ADB, publicada em uma revista de 1941 chamada Serpentina.
Beijos,
saudades,
Clóvis)

Saudades também, Clóvis.
No mais, a blogueira com pouco cabelo e sem dentes, mas feliz da vida. Afinal isso é que conta.



E um beijo bem grande para ELA

30 de junho de 2011

Custo x benefício

Café, refrigerante, chocolate, chá gelado, fritura e outras delícias. Não me pertencem mais. Só frutinhas, folhinhas, desnatados e integrais.
Motivo: quero ir na formatura do meu neto que acabou de nascer. 
Compensação: Hoje vesti uma blusa que não cabia em mim há algum tempo. 

26 de junho de 2011

Completando o post anterior

A moça estava de férias na Bahia e foi apresentada ao artesanato local. Rico e diversificado. Ela escolhe um porta-chaves. "Só compro coisas úteis. Nada dessas pecinhas de decoração". Então fico imaginando que é quase o pensamento geral nesse mundo pragmático e sem graça. "Vamos usar bem nosso dinheiro porque ele vale mais que tudo".
Eu não. Prefiro as coisas belas. (Muito mais que findas, elas ficarão)

Nunca vou entender


Gente que diz: prefiro as coisas úteis.
Daqui 

25 de junho de 2011

23 de junho de 2011

Problemão

A universidade pública onde minha filha estuda, em outra cidade, ficou dois meses em greve. O movimento acabou e as aulas recomeçam segunda-feira. Ela hoje a tarde:
- Nossa, quero saber como é que vou reorganizar minha rotina todinha agora.
(Eu pensando: vida longe de casa, trabalho de pesquisa, semestre corrido. Coitadinha). Então ela completa:
- O que vou fazer para assistir Cordel Encantado, meodeos??!!

18 de junho de 2011

Um aviso breve:

Gente, estou sem computador em casa esses dias. Por isso sumi dos blogs amigos e venho demorando para publicar os comentários. A torcida é para resolver o probleminha logo e poder voltar linda e loira.  Provavelmente mais loira do que linda, mas tudo bem. A vida nunca foi justa mesmo.

16 de junho de 2011

Conflito de gerações

Embora seja bastante jovem a nutricionista parece que vive em outra década.
- Nada de comer em frente a televisão, dona Belas.
Eu penso: Comer em frente a televisão? Alguém ainda faz isso? E respondo:
- Mas em frente ao computador pode, né?

Ninguém perguntou, mas eu digo:


Um dos poucos filmes com o Jim Carrey que eu realmente gosto. 

12 de junho de 2011

Eles disseram: love, love, love


beautiful, wonderful,
paper flaps,
how you love,
love to love,
love and stitch.


(Underworld)

Segundo o zum zum zum geral, Feira de Santana vai ganhar dois novos shoppings em breve. Por enquanto só tem um mesmo e é o local onde você encontra todo mundo do mundo. Mesmo. Menos quando quer. Ontem, por exemplo,  fui comprar o presente do dia dos namorados de Helio e logo depois bateu  fome. Pensei, vou pegar uma comidinha japonesa e ir feliz pra casa. Mas tinha o incômodo do embrulho (era uma sacola grande) e a praça de alimentação estava lotada, então assegurei logo um lugar onde sentar e fiquei esperando alguém conhecido aparecer para pedir: Fulano, guarda minha cadeira enquanto vou ali, é rapidinho. Mas cadê fulano? Ninguém da familia, um vizinho,  colegas de trabalho, alguma dessas pessoas que SEMPRE estão por lá. Nada. Zero. Pensei de novo, vou aproveitar quando Helio vier. Ai ele me liga e pergunta:
- Como está o shopping?
Eu, boba como sempre, respondo a verdade:
- A visão do inferno de tanta gente.
Claro que ele desiste de entrar, mas o golpe de misericórdia nem foi esse. Saio da praça de alimentação, vou para o lugar onde marquei de esperar Helio  e de repente surge uma criatura com a qual não tenho a menor intimidade e que conversa pelos cotovelos.  Ontem ela estava precisando de audiência. E fui eu.
Fuén, fuén, fuénnnnnnnnnnnnn!

9 de junho de 2011

Essa estranha relação

Minha filha sai do provador da loja vestida com um casaco e pede minha opinião. Como conheço bem a criatura e sei que ela adora comprar para se arrepender depois, acabo sendo bastante sincera e digo que não gostei. Então ela insiste. Argumento que tem dezenas de peças iguais aquela no guarda-roupa e que além disso o acabamento não é tão bom, etc e etc. Então ela insiste e insiste e insiste tanto que acaba me convencendo.
- Olhando bem até que é bonitinho...Tá, leva.
Ai ela desiste. Na hora.

Não podia perder a chance de aproveitar a tarde inteira em casa. Só. Eu e Deus. Mania de gente que vem de familia grande e acha que solidão é sossego. Liguei para a faxineira, pedi para vir no dia seguinte e fiquei imaginando os filmes que poderia ver sem ser interrompida, músicas para ouvir na maior altura e toda comida trash do mundo para me empanturrar nessas horas de total, ampla e irrestrita liberdade. 
...
...
...
Então fui dormir.

Eu estava no trabalho quando pintou a dúvida sobre uma palavra e de pronto perguntei a um colega mais próximo. Na verdade, ele era de outro setor e tinha passado ali por acaso. No dia seguinte, assim que chego para mais um expediente, encontro um bilhete da criatura: "Aninha, minha querida, te dei a resposta errada. O correto é....." e um pedido de desculpas e um vasinho de violetas. 
Sabem gestos assim? Meu amor eterno.

8 de junho de 2011

O troco

Uma conhecida da familia tinha pelo menos duas pencas de filhos, isso lá pelos anos setenta quando mal se falava de  controle de natalidade, camisinha e afins. (Seio só aparecia em artigo sobre amamentação e olhe lá). Preocupados com a coitada que não trabalhava e mal conseguia sustentar a prole, alguns amigos se reuniram e a levaram ao médico. Ele então prescreveu e ensinou direitinho o uso da pílula anticoncepcional. 
- A senhora entendeu dona Fulana?
- Entendi, sim senhor.
O primeiro ano foi beleza. Tudo como mandava o figurino. Mas no ano seguinte ela vacilou e pronto. Como a vida é mesmo muito fela-da-mãe irônica, não teve choro, nem vela, nem perdão. A criatura engravidou de gêmeos.

5 de junho de 2011

Minha cara:

* Levar a sobrinha de sete anos para assistir Kung Fu Panda 2 e me divetir com o filme bem mais que ela.

* Ser enganada por uma canjica (curau em outros estados).
- Então, gostou?
- Uma delícia!
- Sentiu gosto de que?
- De milho, uai.
- Mas não pode. É canjica de cenoura.
- E por que não avisou?

Será o fim do mundo? Outro dia vieram com suco de jaca. Agora só falta inventarem quindim de jenipapo. Falando em jenipapo, lembrei de uma música que minhas filhas cantavam quando eram pequenininhas: Jeni, Jeni, caiu no chão: pa-po!
Criatividade é tudo, não é meusamiguinhos?

2 de junho de 2011

Mês-aniversário

Além de bastante conceituado, o médico é uma simpatia. Disse que vai me atirar da janela do sétimo andar se eu não seguir as orientações dele. Adorei. Cortou logo chocolate. "Não compre nem para a netinha". Doutor, seu lesado, é netinho e só bebe leite. Falando nisso, está fazendo um mês hoje, cheio de fofurice, corujice e noites sem dormir.

29 de maio de 2011

Good girl

Conheço este tipo de caneça de louça que vem com espaço para os biscoitos há um tempão, mas sempre achei que comigo não funcionaria. Super fácil me distrair, usar a caneca do lado errado, derrubar tudo e ainda ter que limpar o chão. Isso 1, 2, 3, inúmeras vezes.


Agora descobri uma caneca com novo design, própria para gente esperta que nem eu:


Amei. As garotas boazinhas vão para o céu. As desastradas bebem café e comem biscoito-sem-provocar-uma-hecatombe.

27 de maio de 2011

(Trezentos mil posts escritos e deletados em apenas uma noite.
Nossa Senhora do Silêncio (e do Exagero) deve ser a padroeira desse blog. Só pode.)

23 de maio de 2011

Um beijo


Outro pra você, Colin-meu-bem!

22 de maio de 2011

Bond. James Bond.

Mouse.


Minnie Mouse.

Toda vez que a faxineira vem aqui em casa tenho que sair catando minhas sandálias baixas no quarto das meninas. Acho que a criatura não acredita que tantos laços, flores e cute-cutes afins sejam meus. A mãe.

Coisa mais ingênua do mundo, né? Supor que um dia a humanidade vai parar de julgar tudo pela aparência.

Update: O nome dela também é Minnie

20 de maio de 2011

Ao pé da letra

Era a primeira vez que ela saia do Estado. Fazia parte de um grupo que estava indo de ônibus de Feira de Santana até São Paulo participar de um congresso de estudantes de Letras na USP. A criatura tinha prometido para a familia registrar cada momentinho da viagem, mas as paradas eram muito curtas e não dava tempo de procurar pontos turísticos nas cidades pelas quais passávamos, então alguém aconselhou:
- Tente achar alguma coisa caracteristica por perto mesmo.
Assim ela fez. E tirou mil fotos. Mas só depois de reveladas que percebemos a proeza. Onde tinha uma lata de lixo com a inscrição "governo municipal de tal lugar", lá estava ela. E um flash.

17 de maio de 2011

Então

- Mãe, não acredito que a senhora está fritando ovo com manteiga...
- Pois acredite.
- Por que?
- Óleo de soja faz mal e margarina engorda. Ou vice-versa.
- Manteiga também.
- Então.

(Juro que se vocês tiverem um pouco de boa vontade vão enxergar alguma lógica nisso)

Não existe assombração.
Nesse mundo desincerto 
tudo é o homem.

(Céu de amianto, Bruna Lombardi - vibe de hoje)

15 de maio de 2011

A pergunta que não quer calar

O especialista em insetos (etomólogo) disse no programa de tv que uma barata possui oito cérebros. E enquanto o ser humano tem um cristalino em cada olho,  a danadinha ostenta duas mil lentes naturais. Agora me respondam. Para que isso, meodeos????????????????????????

14 de maio de 2011

Thor

Hoje farei o que toda pessoa normal faz aos sábados. Dormir a tarde inteira. Ir ao cinema.  Thor entrou em cartaz justo quando Sem Graçópolis Feira de Santana acabou de estrear a primeira sala de projeção em 3D (Urruuuuuu) . Minha filha assistiu antes de mim e detestou. Mas vou contando. Não tem nada nesse mundo que me impeça de ver Thor,  herói preferido desde que passava o desenho animado nas minhas tardes de menina.
Tão tudo a ver. O filho de um deus poderoso é condenado a viver na terra como um mísero mortal, cheio de limitações e sem supor de quem se tratava de verdade. Não sei se o filme parte dessa premissa, mas manda bronca, Thor. Estou chegando.


Pelo sagrado martelo de Thor, Batman. Acho que entramos no post errado