11 de março de 2014

7 de março de 2014

Ser ou não ser (antissocial) eis a questão.

Ele me convidou para uma feijoada e não fui. Depois disso a amizade ficou estranha. Nunca fomos muito ligados, mas havia uma cordialidade que ficou meio abalada depois disso. Finjo que não percebo, mas está lá o elefante no meio da sala.
Nunca fiquei chateada com pessoas que não aceitam convites meus. Sempre entendi que era uma coisa opcional e a amizade continuava. 
Talvez seja mais fácil ser antissocial em familia. Ninguém vai deixar de ser seu irmão, sua sobrinha ou sua prima se você furar um ou noventa por cento dos convites.
Presume-se que eles lhe conhecem bem e sabem que é o seu jeito. Não tem nada a ver com falta de consideração ou de afeto.
Eu não gosto mais de ir a lugar nenhum, tirando aniversário de criança e cinema. Mas agradeço de coração as pessoas que ainda lembram de mim. Mesmo que não passe disso. Tenho uma amiga de longas datas que me chamou para festas nos últimos vinte anos.
Gosto dela demais, mas nunca fui em nenhuma.
A última vez que nos encontramos ela falou sobre isso, em um tom meio de queixa. Pensei: agora vai parar.
Que nada. Alguns dias depois recebo um novo convite da criatura.
E dessa vez, pelos mais variados motivos, não tive como ir mesmo.
E não adianta ser sincero quanto a questão. As pessoas de modo geral não aceitam quando se tenta explicar os mecanismos que fazem você ter tanta resistência em socializar.
Já tentei e vi  que mentir é mais fácil. Todo mundo aceita melhor. 
- Tá, eu vou. Obrigada.
E não vai.
Então começo a pensar que o problema já não é mais só meu.