24 de abril de 2014

Atônito 
e sozinho
o homem segue o curso
insondável
dos dias.

Convém não falar alto.
Convém não pisar firme.
Convém manter-se quieto

imerso
no rio.

16 de abril de 2014


Apagou do livro todos os personagens.

Não quer a menina descalça
chamando da porta. Nem a moça confusa
imersa no rio. Ou essa ou aquela
em qualquer idade.
Apagou-as todas sem dó, nem burburinho

E foi sentar-se à brisa no final da tarde.

Anne Cerqueira
2008