30 de outubro de 2014

Guenta coração
 
Eu para meu neto de três anos.
- Sou o que sua?
Ele:
- Minha avó
- E você é  o que meu?
- Seu filhinho.
.

14 de outubro de 2014

Sonho com a menina
ainda bem menina
muito além do sorriso
no retrato
Indiferente ao tempo
que nos lança no abismo
e depois assiste
como quem desdenha
da vida alheia
E penso:
Ninguém
Ninguém, nesse mundo de meu Deus,
sabe realmente o que é ser livre.
Anne Cerqueira
Out. 2014

6 de outubro de 2014

Meu neto começando a enfrentar a complexidade dos fatos:
- Vovó por que você não fecha a porta do guardarroupa?
Penso em dizer, mas não dá para explicar que possuo certas incapacidades. Ele só tem 3 anos e me adora. Vamos preservar o mito.

27 de agosto de 2014

Poema da pacificação

Pena que te entenda melhor agora
quando apenas te suponho
e tua ausência toma forma
na sala vazia
na rede que ainda exala
teu cheiro
enganoso de rosas

teu sorriso pouco
tuas farpas
tuas farpas
 
e agora, vejam só,
(com o tempo
que nos separa)
tua lembrança
enfim
calma
 
Anne Cerqueira
2014

26 de agosto de 2014

25 de agosto de 2014

O mapa

Espero que você seja feliz
nesses dias tão estranhos
e reencontre o mapa
a cidade
o rio da nossa infância

Agora que não somos mais
nem mesmo a sombra 
do que lembramos

não perca o trem, por favor,
não perca o trem

Anne Cerqueira.
2014




16 de agosto de 2014

Elvis

Lembro exatamente onde eu estava quando Elvis Presley morreu há trinta e sete anos. Eu era uma menina e dançava sem saber dançar. Gostava do Elvis por causa de minha mãe que gostava do Elvis e via através da figura que ele se tornou, a figura que ele foi. O homem sensual com cara de menino. Conta a lenda que, proibido de rebolar pela policia, em uma cidade onde fazia show, Elvis incendiou a platéia apenas movendo a mão.
Eu tinha treze anos e estava ouvindo rádio na casa de France, minha melhor amiga de todos os tempos.
Nunca perguntei se ela lembra.
A programação foi suspensa para noticiar a morte do ídolo. Depois, na tv, reprisou o último show de Elvis. E a gente viu na plateia várias mulheres envelhecidas que um dia foram as mocinhas incendiadas pelo homem do vozeirão e cintura solta.
Elvis é aquele tipo de artista que não tem substituto. Podem chegar perto, mas ninguém vai fazer o que ele fez. Teve vários herdeiros vocais, Jerry Adriani, Renato Russo, mas a proposta era diferente.
Agora eu ouço o Daniel Boaventura cantando Suspicious mind. E penso no Elvis.
Na menina que eu fui, inclusive.
A que dançava sem saber dançar.

9 de agosto de 2014

As piores coisas para se dizer a quem perdeu peso

Estão lá no site do IG. Escolhi as que acho mais "interessantes"

“Você deve estar se sentindo tão bonita agora!”
IG -  Um erro pensar que quando era gorda a pessoa se achava feia.

“Você está malhando? Senão pode ficar flácida."
IG - Na verdade, muitos gordinhos emagrecem e não ficam flácidos.

“Estou te achando tão abatida. Você fez exames para ver se está com as vitaminas em dia?”
IG - A pessoa está emagrecendo, não definhando, ok?
 
“Quando a gente emagrece dá uma caída né? Parece que você envelheceu”
IG - Na verdade ela perdeu peso e não juventude.

“Agora só falta fazer uma plástica para colocar tudo no lugar”
IG - Muitos ex-obesos não precisam de plásticas. Tudo que precisam é se sentirem bem com o próprio corpo

6 de agosto de 2014

Caminho

O azul desabou sobre mim
suas promessas impossíveis

Por onde ir, meu Deus,
cega assim?


Nessa tarde
mínima
e absurda

Onde estás, onde estás
que não respondes?

Anne Cerqueira
Agosto/2014

31 de julho de 2014

Eu e a tecnologia

A pessoa leva  quase 3 horas para deletar 37 mil e-mails. E depois descobre o dispositivo que permite esvaziar a caixa de uma vez só. Ali, na cara.

28 de julho de 2014

O óbvio



Levei um tempão para notar o quanto é clichê uma pessoa eternamente acima do peso ser viciada em programas de culinária, embora mal saiba ferver água. Acho que fiquei meio chateada com a descoberta: essa história de não fugir do estereótipo, até porque eu conheço também o outro lado da moeda. De você fazer parte de um grupo onde todo mundo está comendo e alguém de fora falar só com você:
- Fulana, cuidado com a gula.
Quer dizer, tudo é gula. Obeso não precisa se alimentar e não sofre de nenhuma disfunção, nenhum problema que o faça ganhar peso. Tudo é falta de vergonha na cara?!
Aquela conversa de que basta fechar a boca. E deixar pra lá toda uma questão biológica e emocional.
Ai vem o gif acima. Achei a iniciativa até bacana, mas sinceramente? Não precisava ser tão redundante. Bastava a figura do barrigudinho pra todo mundo entender a mensagem. Porém nunca é suficiente. O barrigudinho ainda tem que estar com um sanduiche enorme nas mãos.
Não, eu não sou o que como.
Qualquer pessoa é muito mais do que isso.

20 de julho de 2014

18 de julho de 2014

Tanta algaravia

Olhar o espelho e não ver nada
do que se supõe.

João Ubaldo

Setembro Julho não tem sentido.

16 de julho de 2014

Variação sobre o mesmo tema

Quando percebo que estou cada vez mais esquecida, penso em uma antiga colega de trabalho que levou uma queda de moto e perdeu toda a memória. Desconheceu marido, mãe, filhos. Teve que recomeçar do menos zero.
Uma vida inteira que virou nada. Fumaça.
Tem gente que diz: "parece coisa de novela" ou "ela teve a chance de se reinventar"
e eu só penso no horror.
No desamparo.

Sem salvação

Como a memória anda cada vez mais fraca, bolei um método para lembrar das coisas. Faço um xis de caneta na mão direita e toda vez que olho para ele sou obrigada a entender que existe alguma pendência, então acabo lembrando do fato em si.
A estratégia funcionou muito bem durante algum tempo. Até passei a dica para meu amigo F. que gosta de aprender bobagens e não foi repreendido o suficiente na infância para não riscar partes do corpo.
Mas agora o método está igual aquela história que contei sobre unhas postiças pregadas com chiclete, no tempo da escola: quando as unhas caiam e ficava só a goma.
Hoje olhei o xis e vi só o xis mesmo. Sem nenhum comunicado. Nenhuma mensagem implícita. Nenhum auxilio contra o esquecimento.
Feião.

13 de julho de 2014

Elisa


Os filhos crescem, vão viver suas vidas. As lembranças ficam.


11 de julho de 2014

Carne moída

Eu estava andando até simpática ultimamente, mas acordei hoje com tanta dor no corpo que é impossível manter o sorriso e afastar a irritação. Os médicos da cidade suspenderam o atendimento do meu plano de saúde - considerado até então um dos melhores do país.
A gente fica assim: se sentido meio desassistido.
Desassistido pela mega-sena.
Desassistido pelo governo.
Desassistido até pela seleção brasileira. Não que eu esperasse muito.
Na verdade, não espero nada. De nada. Talvez seja esse meu mal.
Um relaxante muscular, talvez.

10 de julho de 2014

Afeto essa coisa complicada

Lembrei de meu pai, de minha avó, meu tio D, da mulher dele e dos outros parentes do lado de lá da família. Eles não eram de abraçar. Eles não eram de beijar. Eles não eram de dizer: eu gosto de você. Nunca ouvi um eu te amo do meu pai. Acho que ele nunca disse isso pra ninguém.
Eles eram assim. Demonstravam afeto com comida. Mesa farta. Prato tantas vezes repetido, mesmo a sua revelia.
- Você está tão magrinho, come mais um pouco
... mais um pouco
... mais um pouco.
Eu era tão boba. Levei tanto tempo para entender. Cada um demonstra afeição como pode. 
Os pasteis da feira.
O prato de tripa bem torrada.
O cheiro de feijão que invadia a casa quando ele cozinhava.
O cuscuz de milho ralado na hora e cozido no fogão de lenha.
Não sei se todo brasileiro é assim. (Se isso é questão de geografia, nacionalidade). Mas a família do meu pai é.

Impressões de viagem

"Os brasileiros adoram dar comida para as visitas. É a forma deles cuidarem de você"
Joe Bauman - turista  americano

9 de julho de 2014

28 de junho de 2014

Fairy tale





Poço sem fundo, poço.


Nenhuma sombra da princesa 
ao pé da porta
(silenciosa e gentil
ao pé da porta).
Ou uma versão adormecida tua.
Não te iludas, meu bem.
Serei sempre eu mesma.

A eterna moura torta
(agulha nos cabelos
poço fundo sem fundo
poço)
quebrando cântaros
a esmo

Anne Cerqueira
junho/2014


27 de junho de 2014

Snow white

"The Queen
so fair
the mirror bright
it says her name
but thinks
Snow White"






23 de junho de 2014

E se assim não fosse, como seria?

"Nós e nossas misteriosas disposições pessoais para o erro" 
 André Gomes - Revista Bula

14 de junho de 2014

E se a gente dissesse sempre a verdade?



13 de junho de 2014

Tão eu


De várias maneiras.


11 de junho de 2014

Banzo e sapatos

Faz tempo que decidi tirar de minha vida toda ideia de tristeza. Mesmo que fosse preciso parar de ouvir meus artistas favoritos (aquele que se matou com uma faca no peito. O outro que morreu afogado no afluente do Mississípi. Tantos levados por doenças avassaladoras, outros que morreram de overdose. Sem falar nos que ainda estão por ai se arranhando com a vida). 
Prosa, poesia nem pensar.
Existir na superfície. Buscar só o riso fácil, não me engajar em luta nenhuma.
Muito light.
Muito clean.
Me entreter com os desenhos animados que acompanho com meu neto, tentando enxergar a vida como ele enxerga, ainda sem dor, sem nenhuma mácula. Tudo tão fácil de resolver na última cena. 
Eu acho a vida boa, acho sim. Na verdade, não estou reclamando.
Talvez seja a tal crise da meia idade. 
As coisas parecem tão definitivas agora e, ao mesmo tempo, penso recorrentemente que a vida me espera em algum outro lugar onde não vou chegar nunca porque perdi o bonde ("e a esperança. Volto pálido para casa")
A amiga diz: "alegria vem em frascos".
E eu penso:
- Não me interessa mais ser cínica.
Talvez apenas sapatos confortáveis.
No fim, é como pular da frigideira para o fogo: superfície não se basta. E eu ando triste porque não sei mais como sair dela.

24 de abril de 2014

Atônito 
e sozinho
o homem segue o curso
insondável
dos dias.

Convém não falar alto.
Convém não pisar firme.
Convém manter-se quieto

imerso
no rio.

16 de abril de 2014


Apagou do livro todos os personagens.

Não quer a menina descalça
chamando da porta. Nem a moça confusa
imersa no rio. Ou essa ou aquela
em qualquer idade.
Apagou-as todas sem dó, nem burburinho

E foi sentar-se à brisa no final da tarde.

Anne Cerqueira
2008

11 de março de 2014

7 de março de 2014

Ser ou não ser (antissocial) eis a questão.

Ele me convidou para uma feijoada e não fui. Depois disso a amizade ficou estranha. Nunca fomos muito ligados, mas havia uma cordialidade que ficou meio abalada depois disso. Finjo que não percebo, mas está lá o elefante no meio da sala.
Nunca fiquei chateada com pessoas que não aceitam convites meus. Sempre entendi que era uma coisa opcional e a amizade continuava. 
Talvez seja mais fácil ser antissocial em familia. Ninguém vai deixar de ser seu irmão, sua sobrinha ou sua prima se você furar um ou noventa por cento dos convites.
Presume-se que eles lhe conhecem bem e sabem que é o seu jeito. Não tem nada a ver com falta de consideração ou de afeto.
Eu não gosto mais de ir a lugar nenhum, tirando aniversário de criança e cinema. Mas agradeço de coração as pessoas que ainda lembram de mim. Mesmo que não passe disso. Tenho uma amiga de longas datas que me chamou para festas nos últimos vinte anos.
Gosto dela demais, mas nunca fui em nenhuma.
A última vez que nos encontramos ela falou sobre isso, em um tom meio de queixa. Pensei: agora vai parar.
Que nada. Alguns dias depois recebo um novo convite da criatura.
E dessa vez, pelos mais variados motivos, não tive como ir mesmo.
E não adianta ser sincero quanto a questão. As pessoas de modo geral não aceitam quando se tenta explicar os mecanismos que fazem você ter tanta resistência em socializar.
Já tentei e vi  que mentir é mais fácil. Todo mundo aceita melhor. 
- Tá, eu vou. Obrigada.
E não vai.
Então começo a pensar que o problema já não é mais só meu.

17 de fevereiro de 2014

12 de fevereiro de 2014

TOM HIDDLESTON DANCING!

Só queria saber se é pecado gostar mais de Loki que de Thor!

5 de fevereiro de 2014

I want be alone

Não tenho vocação para ser uma velha doida e divertida. Acho que sigo mais a linha Greta Garbo, tirando a questão do glamour e da beleza. Quanto mais o tempo passa, mais entro na casca, como boa canceriana. Mas às vezes acho que não é só uma questão de personalidade. É de covardia também. Essa coisa de não querer peitar o mundo. Já peitei muito, mas hoje não tenho fôlego de jeito nenhum. Olho e finjo que não vejo. Outro dia uma pessoa me disse: "Nossa Belas, você é um doce. Ninguém consegue brigar com você". Bom, não é verdade, mas mesmo assim, mesmo sem intenção, soou como uma ofensa terrível.

2 de fevereiro de 2014

Obediência

Pegando carona em um meme que está correndo o facebook

Quando eu tinha dez anos, só tinha dez anos mesmo e uma inocência cavalar comparada as crianças dos dias atuais, sem entrar no mérito da questão. Às vezes me pergunto como consegui chegar até aqui, quarenta e tantos anos, com tão pouco jogo de cintura. E não é só porque não sei sambar.
Outro dia estava em Salvador com uma amiga e a vi atravessando na frente dos carros com uma desenvoltura tão grande, enquanto eu esperava, estática e atônita, o sinal abrir.
Acho que ser obediente é meu mal.
Acho que ser obediente é muito bom para a sociedade que nos enquadra em regras, mas péssimo para o indivíduo.
Eu, que sempre me achei meio subversiva, por não agir, nem pensar como a maioria, envelheço crendo no contrário. E não desejo isso pra ninguém.

Querido espelho meu

Sinto falta do tempo em que os blogs faziam sentido.

1 de fevereiro de 2014

A cidade

É preciso que alguma coisa faça sentido
enquanto bebemos goles e goles de vodca.
Ou jogamos café pelo ralo da pia,
 ainda quente, em um dia frio.

Te mando o bilhete do trem
cartão no teu aniversário
a foto do casamento dos teus pais
e aquela outra, de tua irmã, ainda criança,
fazendo pose
em frente a árvore de natal.

Naquela cidade pequena
esquecida no tempo de alguém
que não sou eu

Não, não sou eu

Nem a menina de nome estranho
que vinha
insistentemente
nos chamar para a rua.

(Perdidos todos os mapas
estamos às moscas como os sonhos
na padaria
de seu  Januário)

nem tu, nem ninguém mais

Anne  Cerqueira
fevereiro/2014

O mundo

Não posso dizer quer o mundo
tem sido severo conosco,
meu amigo.
Mesmo que nos espalhe por ai
como penas ao vento
ou nos crave
árvores e falhas
em um único lugar do universo.

Nem posso dizer
(Mesmo agora
quando te ajudo a fazer as malas)
qualquer coisa
para atenuar a falta

é dia
faz sol
amanhã chove

e assim vamos
desfiando nossos rosários
nesse mundo
nem sempre afetuoso
nunca unânime
nunca fácil
talvez severo,
mas longe de mim dizer isso

eu que sequer me atrevo
a sair da cama
em alguns dias.

e oro baixinho
esperando que ninguém perceba
que tenho fé

ou esperança

estes fios
que nos movem
marionetes do nada


Anne Cerqueira
fevereiro 2014

28 de janeiro de 2014

Inverso

É preciso coragem
alguns me dizem
quando a tarde chega
e a água turva.

Cega e atônita
eu sei.

As flores
secaram
sob o sol mais rigoroso
e os rios
traçam seu curso
com giz

rápido
célere
o vento
nos arrasta.
Inverso.

Nada corre
Nada avança
Se não há guerra
também não há conforto

É preciso coragem
sob a mordaça.
Alguém avisa.
(moldura que nos ata
à força)

Eu sei.

Anne Cerqueira
Janeiro/ 2014

Proa
 
Os rios estão aqui para nos levar
aos lugares que nunca saberemos.
Cheiros, vinhos, veios,
malas onde cabem o esquecimento,
esse fio
avesso da esperança.

Pai, mãe, barcos a vela
(proas
para romper a tormenta)
é preciso retomar a viagem.

Os rios estão aqui
e nada sabem
da distância (silêncio
que corta
a tarde)
encravada nas bagagens.

Anne Cerqueira.
janeiro/2014

19 de janeiro de 2014

Poema revisitado

Quero te dar um presente, meu amigo
aquele velho livro ou disco
porque aqui tudo é velho
até mesmo o que acaba de sair do forno
já sai condenado. Vou ler um dos meus poemas
preferidos
para você achar que a vida tem jeito
e só os poetas sofrem
como Maiakovski
ou Bukowski que queria derreter a morte
com versos
como se derrete manteiga
e ele nem tinha ilusões, veja só
sinto pena.
De mim e de você que nada somos
e desafiamos a morte no supermercado.
Quero te dar um presente, meu amigo.
Talvez uma quantia em dinheiro
que te sustente na velhice se você chegar lá
envergado desse jeito
inútil desse jeito
da mesma forma que eu
que já vivi noventa anos em quarenta
(e foram só meses)
e nem tenho nada para te oferecer
pois tudo é gasto.
Vamos ouvir música
comer bobagens
atravessar a rua sob o sol de meio dia
porque é isso que nos resta.
Sou infantil, egoísta e confusa e quero te dar um presente, meu amigo
para que você me odeie profundamente
e diga:
não sei o que fazer com isso. E assim seremos iguais mais iguais que os outros.
Numa irmandade que não nos salva
nem preserva
não é bondosa
nem misericordiosa
nem má. Não existe por códigos especiais e secretos
nem nos torna especiais ou melhores
ou piores
ou diferentes.
Não nos subtrai, nem acrescenta. Mas pela graça de Deus
não nos pede retorno.
Toma é tua essa pedra.
Verbo.
Meu amigo, não sei para que serve
e talvez seja esta sua única função.

Anne Cerqueira
2013