A pessoa leva quase 3 horas para deletar 37 mil e-mails. E depois descobre o dispositivo que permite esvaziar a caixa de uma vez só. Ali, na cara.
31 de julho de 2014
28 de julho de 2014
O óbvio
Levei um tempão para notar o quanto é clichê uma pessoa eternamente acima do peso ser viciada em programas de culinária, embora mal saiba ferver água. Acho que fiquei meio chateada com a descoberta: essa história de não fugir do estereótipo, até porque eu conheço também o outro lado da moeda. De você fazer parte de um grupo onde todo mundo está comendo e alguém de fora falar só com você:
- Fulana, cuidado com a gula.
Quer dizer, tudo é gula. Obeso não precisa se alimentar e não sofre de nenhuma disfunção, nenhum problema que o faça ganhar peso. Tudo é falta de vergonha na cara?!
Aquela conversa de que basta fechar a boca. E deixar pra lá toda uma questão biológica e emocional.
Ai vem o gif acima. Achei a iniciativa até bacana, mas sinceramente? Não precisava ser tão redundante. Bastava a figura do barrigudinho pra todo mundo entender a mensagem. Porém nunca é suficiente. O barrigudinho ainda tem que estar com um sanduiche enorme nas mãos.
Não, eu não sou o que como.
Não, eu não sou o que como.
Qualquer pessoa é muito mais do que isso.
20 de julho de 2014
18 de julho de 2014
16 de julho de 2014
Variação sobre o mesmo tema
Quando percebo que estou cada vez mais esquecida, penso em uma antiga colega de trabalho que levou uma queda de moto e perdeu toda a memória. Desconheceu marido, mãe, filhos. Teve que recomeçar do menos zero.
Uma vida inteira que virou nada. Fumaça.
Tem gente que diz: "parece coisa de novela" ou "ela teve a chance de se reinventar"
e eu só penso no horror.
No desamparo.
e eu só penso no horror.
No desamparo.
Sem salvação
Como a memória anda cada vez mais fraca, bolei um método para lembrar das coisas. Faço um xis de caneta na mão direita e toda vez que olho para ele sou obrigada a entender que existe alguma pendência, então acabo lembrando do fato em si.
A estratégia funcionou muito bem durante algum tempo. Até passei a dica para meu amigo F. que gosta de aprender bobagens e não foi repreendido o suficiente na infância para não riscar partes do corpo.
Mas agora o método está igual aquela história que contei sobre unhas postiças pregadas com chiclete, no tempo da escola: quando as unhas caiam e ficava só a goma.
Mas agora o método está igual aquela história que contei sobre unhas postiças pregadas com chiclete, no tempo da escola: quando as unhas caiam e ficava só a goma.
Hoje olhei o xis e vi só o xis mesmo. Sem nenhum comunicado. Nenhuma mensagem implícita. Nenhum auxilio contra o esquecimento.
Feião.
Feião.
13 de julho de 2014
11 de julho de 2014
Carne moída
Eu estava andando até simpática ultimamente, mas acordei hoje com tanta dor no corpo que é impossível manter o sorriso e afastar a irritação. Os médicos da cidade suspenderam o atendimento do meu plano de saúde - considerado até então um dos melhores do país.
A gente fica assim: se sentido meio desassistido.
Desassistido pela mega-sena.
Desassistido pelo governo.
Desassistido até pela seleção brasileira. Não que eu esperasse muito.
Na verdade, não espero nada. De nada. Talvez seja esse meu mal.
Um relaxante muscular, talvez.
10 de julho de 2014
Afeto essa coisa complicada
Lembrei de meu pai, de minha avó, meu tio D, da mulher dele e dos outros parentes do lado de lá da família. Eles não eram de abraçar. Eles não eram de beijar. Eles não eram de dizer: eu gosto de você. Nunca ouvi um eu te amo do meu pai. Acho que ele nunca disse isso pra ninguém.
Eles eram assim. Demonstravam afeto com comida. Mesa farta. Prato tantas vezes repetido, mesmo a sua revelia.
- Você está tão magrinho, come mais um pouco
... mais um pouco
... mais um pouco.
Eu era tão boba. Levei tanto tempo para entender. Cada um demonstra afeição como pode.
Os pasteis da feira.
O prato de tripa bem torrada.
O cheiro de feijão que invadia a casa quando ele cozinhava.
O cuscuz de milho ralado na hora e cozido no fogão de lenha.
Não sei se todo brasileiro é assim. (Se isso é questão de geografia, nacionalidade). Mas a família do meu pai é.
Impressões de viagem
"Os brasileiros adoram dar comida para as visitas. É a forma deles cuidarem de você"
Joe Bauman - turista americano
9 de julho de 2014
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