Ontem esqueci o remédio para baixar o colesterol. Hoje esqueci o remédio para o estômago. Vou jogar todos no lixo e comprar alguma coisa para a memória, está decidido. (Rasgando milhões e milhões de papéis e reencontrando o passado em caixas até então largadas no quarto da bagunça. Cartinhas dos meninos pequenos: Mãe te amo do fundo do coração. E outras coisas. A casa está toda destruída pela reforma. Você olha e pensa: isso não vai dar certo. Ansiedade mode-on, não consigo dormir. Minha filha diz: mãe tem gente que passa a vida inteira arrumando a casa. Seu mal é a pressa. Seu mal é a pressa, lembro do meu pai. Ele adorava repetir isso quando ficava com raiva de mim. O quanto é preciso esperar quando você não quer esperar mais nada? Tá, deixa pra lá).