21 de agosto de 2013

A eloquência do silêncio

Conheço gente que fala tanto, mas tanto, que acaba fazendo o trabalho sozinha.
Conta a história.
Explica.
Argumenta.
Pergunta e ela mesmo responde.
Só resta ao ouvinte repetir uma palavra ou outra e balançar a cabeça de vez em quando.
Um paraíso para os tímidos como eu. Pessoas com terror de entabular conversa.
Já achei bacana por causa do pouco esforço de minha parte. Mas isso foi antes. Quando eu era linda e jovem. Ou só jovem e paciente, sei lá.
Agora, diante de criaturas prolixas, só penso: edita, editaaaaaaaaaaa.
Acho que o mundo andaria bastante se as pessoas descobrissem que podem contar boa parte das historias em um minuto. Ou nem. E que muitos detalhes são absolutamente desnecessários.

(Regra que me livraria de saber da hérnia da vizinha, toda vez que digo olá, por exemplo).

5 comentários:

Luciana Nepomuceno disse...

ai, eu sempre temo ser das que esticam demais a conversa :(

Belos e Malvados disse...

Duvido que você seja o tipo de pessoa que não deixa os outros falarem, Lu. Além disso, papo bom não cansa.

escrevendo com os pes disse...

Minha vizinha conta nos miiiiinimos detalhes, rs

E a deixa dela é "bom resumindo"....mas de resumo não tem nada....tenho uma mega dificuldade em "sartar fora"...tipo "a senhora me dá licença mas..."...Então já queimei meu feijão, e arroz....já deixer cel tocando...cresdeuspai....uma tortura.

Anônimo disse...

Meio que caiu feito uma luva.Belo toque.

Lucila disse...

Aaaaaafe minha sogra. Você liga para dar um recado, coisa rápida, você diz: alô! Ela dispara a falar, ela pergunta e responde, desse tipo, no fim das costas a última coisa que você diz é Tchau!
Quando desliga o telefone lembra que não deu o recado e não tem mais coragem de ligar novamente, ai fica por isso mesmo.