28 de novembro de 2009

Meu primeiro casamento durou 18 anos. O divórcio foi complicado, igual a todos, presumo, mas depois a convivência ficou bem legal, sem stress. Só com algumas esquisitices que fazem parte. Hoje meu ex chegou aqui cheio de sacolas para as filhas.
- Trouxe o presente de aniversário de Elisa.
- Mas ainda é no dia 11...
- E o presente de natal dela e de Lucila...
- Ué, por que toda essa antecedência?
- Sei lá, vai que eu morro antes, pelo menos já trouxe.
- E você tá doente, por acaso? (eu fazendo cara de preocupada)
- Claro que não (ele fazendo cara de ofendido). Estou na mais perfeita saúde.
- Ah, tá...

?????

Em toda minha vida morei sozinha apenas um mês. Quando fui trabalhar temporariamente em outro Estado e fiquei em um hotel. Fora isso, sempre aquela história de dividir espaço com outras pessoas. Um quarto mulherzinha só meu? Aos 12? Aos 15? Nunca. E vocês sabem a ciência que há nisso. Essa coisa da sua liberdade terminar quando começa a do outro sai do macro e vem pro seu mundinho particular-mas-nem-tanto. Como se tudo se resumisse de repente em poder ouvir música na altura que você quiser, acender várias luzes ao mesmo tempo, deixar computador, televisão, ventilador e um monte de outros objetos ligados enquanto você toma banho. Ou simplesmente não ter que ouvir comentários do tipo:
- Tira esses porta-retratos da sala. Que coisa mais cafoooona.
Ou:
- Você sabia que tem gente que vive sem computador?
E ainda:
- Tropecei num sapato agorinha mesmo e tenho certeza que ele é seu. (E sempre é)
Então o que acontece quando Helio e as meninas não estão? Geralmente não faço nada do que penso que vou fazer e acabo dormindo. Ou seja, crio várias expectativas que não se cumprem e vivo presa nesse ser esquisito que gosta de solidão, mas não sabe o que fazer com ela.
- Mãe, estou pensando em morar só...
- Como é?
- Já tá na hora, né?!
- Mas, minha filha, você sabe quanto custa um botijão de gás? Água, luz, telefone? E se você precisar de alguma coisa....e se você sentir minha falta?!

27 de novembro de 2009

Sexta-feira

Quero dizer coisas que não consigo escrever e termina sendo coisa nenhuma. Depois falam que a gente se expõe demais nos blogs diarinhos. Já nem sei. Para cada palavra dita, dez silêncios, repetia meu professor de Literatura. Outro contexto, mesmo conceito.
Dezembro chegando e eu nada de organizar as férias. Vai estar tudo lotado e você vai sobrar (martela minha consciência e eu nem ai).
Só falto falar outra vez sobre o tempo...Até sonhei que ia a uma festa dentro de uma piscina, chique, de vestido longo e tudo, mas ninguém conseguia dançar. Não tinha música  porque entrava água nos instrumentos. Não sei interpretar isso, mas disseram que sonhar com água é bom. E só seria sinal de má sorte se a festa fosse de casamento. Maldade.

26 de novembro de 2009

O que será...

...que está acontecendo? As atualizações do Belos pararam de aparecer novamente nos blogs amigos. Ai que chato.
Gente, please, persevera...

25 de novembro de 2009

Acho que é esse calor infernal...

Ando abusadíssima. Do tipo que as pessoas dizem:
- Bom dia!!
E você responde:
- Bom dia por que???
Ouvindo loucamente para desopilar:


All the same,
it`s a game,
it`s a play, it`s a war,
it`s a shame that we`re always fighting for...

...For every regret
I tell a beautiful lie.

(Eu também, Yoav. Eu também.)

22 de novembro de 2009

Péssima, péssima companhia.

Então. Você é uma pessoa pacata, cumpridora dos seus deveres e que paga todos os impostos em dia numa vida assim maisoumenos muito boa. Até que começa a trabalhar com um tal de Egberto Siqueira  e tudo muda.
Primeiro ele lhe convence que sua alma é de emo, só porque você é emocionalmente exagerada, quase não tem senso prático e chora por tudo.
Depois faz com que você perca ainda mais a noção das coisas e tope posar para um ensaio fotográfico emo. Junto com ele, é claro.
E sabe o que é pior? Você que sempre odiou aparecer, tem pavor de tirar fotografia e nem lida tão bem com o espelho assim, simplesmente está adorando  muito tudo isso.
Chutei o balde.



*Participação luxuosa de Adam Lambert: na moldura.
*Agradecimentos aos produtores mais especializados do mundo: Rose, Romilson e Augusto. (Pelo menos não atrapalharam)
*Em breve nas melhores revistas do ramo. Aguardem e confiem. Ou não.

20 de novembro de 2009

Gente, responde....

Tá legal essa foto nova ou o blog ficou muito escuro?

18 de novembro de 2009

Gelatina azul - parte dois - a revanche.

Meu marido veio rindo da cozinha com uma caixa na mão.
-  Olha o que achei no armário...
-  O que foi?
-  Mais uma embalagem de gelatina azul
- Não vai acabar nunca não?  É que nem Gremlin: se reproduz com água?!
 - Se reproduz com água e ainda vira monstrinho.

Roubando a ideia do twitter.

#conteumsegredo:




Fui ao cinema assistir 2012 só por causa da música do Adam nos créditos finais.

(Adam Lambert, vice-campeão do American Idol deste ano. E meu ídolo de infância desde janeiro)

17 de novembro de 2009

No divã.


Sempre chorei à toa, sempre. Mas com o passar do tempo foi ficando cada vez mais fácil chorar com músicas, filmes e outros lances que considero legais do que com os acontecimentos ruins. Nessas horas praticamente não dá. Tudo trava. Foi a primeira coisa que disse ao analista: "Vim aqui porque não consigo mais chorar direito". Só que ninguém foge de suas particularidades, vocês sabem. Me debulhei tanto no fim da consulta e nas sessões seguintes que acho que ele nunca acreditou em mim.

15 de novembro de 2009

Quase um filme de terror....



Na rua onde moro a vida da gente tem trilha sonora 24 horas.
Mas ela não é exatamente como você escolheria...

14 de novembro de 2009

Salvador com sotaques






Palacete das Artes, na Graça



Homem que anda sobre  coluna - 1877



O torso - 1901



A mártir - 1885



Jean de Fiennes - 1886. Frente...



e verso.

A exposição Rodin foi aberta agora em outubro e deve ficar mais dois anos em Salvador. Pena que não deixam fotografar a parte interior do museu onde estão outras 62 obras do escultor francês, incluindo O Pensador - que ilustra o cartaz - e as maquetes da Porta do inferno, baseadas na Divina Comédia do italiano Dante Alighieri.
A exposição é bárbara, tem até a replica do atelier de Rodin e várias etapas de uma mesma peça para dar idéia do processo criativo. Vi outra mostra dele há uns 10 anos, também em Salvador, mas as peças exibidas eram em bronze. Nesta estão em gesso. As quatro esculturas em bronze que ficam no jardim não fazem parte do comandato e não vão voltar para a França porque pertencem ao museu.
O palacete da Graça é uma atração à parte com afrescos e papel de parede do início do século passado. Em estilo neoclássico, o prédio pertenceu ao comendador Bernardo Martins Catharino. Português de origem pobre que veio tentar a vida no Brasil, aos 14 anos, e por aqui ficou.
Emocionei. Com tudo.

Vou confessar...

... sempre achei de mau gosto aquelas listas de coisas para ver-ouvir-conhecer ou fazer antes de morrer. Meio mórbido esse negócio. Pois bem, o mundo gira. Essa semana dei uma passadinha na livraria Atlântica e acabei me interessando pelo tão falado 1001 discos para ouvir antes de morrer. Folheei, gostei e deixei lá... até ir em Salvador e encontrar o mesmo livro 20 reais mais caro. Assim que voltei para Feira de Santana fui buscar o danadinho e aproveitar o "desconto".
Aquela velha história: não gastei 40. Economizei 20. E por favor não digam que não existe lógica nisso.

12 de novembro de 2009

Badulaques

Quando nasci dona Zilu já era amiga da familia. Acho que tinha um parentesco longe com meu pai, mas nunca me interessei em apurar o assunto. O que lembro é que ela falava muito alto e gesticulava demais, balançando umas trezentas pulseiras de ouro cheias de badulaques pendurados. Parecia um sino.
Nos anos 80 quando Lima Duarte fez sucesso na novela Roque Santeiro - como Sinhozinho Malta, balançando o relógio no pulso - o apelido dele lá em casa era... dona Zilu. Fora a personalidade forte, a criatura usava roupas coloridíssimas e perfume para deixar o mundo cheiroso por três meses. E eu adorava. Tudo. Mesmo sem entender isso na época, dona Zilu era um agente transgressor no meu universo certinho e discreto. E isso nunca pareceu uma ameaça, mas uma possibilidade. A possibilidade do mundo ser diferente do que nos ensinam e ainda assim funcionar.
Lá em casa criaram as filhas para serem ladies. Minhas irmãs estudaram em colégios internos - que eram o máximo na época - e a mais velha teve aula de piano por anos a fio. Já peguei o período das vacas magras e me livrei dessas coisas, mas não posso me queixar da atenção que recebi porque mesmo nos tempos mais difíceis - quando meus pais já haviam se separado - a atenção não faltou.
Mas por que estou falando sobre isso? Não sei. Acho que é  porque sempre penso nessas coisas quando me junto com o pessoal da empresa para falar bobagens que corariam um estivador. Quando sinto prazer em xingar (e xingo muito), quando sou grosseira para que o trabalho, a casa e a familia aconteçam. Para que eu aconteça. É nessas horas que me assusto: ''... Nossa, não fui  criada desta forma". E sei que tem gente que me conhece há séculos e nem sabe que sou assim e nem sabe que também não sou assim.
Sou discreta, mas gosto muito de coisas coloridas. Sou medrosa, mas exerço uma função que precisa ter vários planos bês na manga e tomar decisões rapidíssimas nos momentos de maior  tensão e stress. Sou patologicamente tímida, gaguejo e me enrolo, mas posso enrubescer alguém se estiver me sentindo à vontade.
Também nunca liguei muito para as coisas que são como devem ser, mas para as coisas que são como podem ser. E juro a vocês que é bem nessas horas que balanço minhas trezentas pulseiras imaginárias cheias de badulaques. Só não exagero no perfume. Ainda.

11 de novembro de 2009

Posso com isso?!

- Amôo....
- Hum?
- Vamos pegar um cineminha hoje?
- E levar prá onde?

9 de novembro de 2009

Vinte anos

Já que o assunto hoje é a queda do muro de Berlim, aqui uma produção que trata o tema super bem. É inteligente, delicada e ainda cheia de referências a outros filmes - o que não deixa de ser um bônus.


8 de novembro de 2009

Vige!!!


É impressão minha ou tá tudo muito photoshopado nesta propaganda da Arezzo? Levei séculos para reconhecer a Maria Paula e ainda achei que a Andrea Beltrão fosse a Glória Pires (com um pouco mais de bunda). Juro.

Update: o sapato que mais gostei foi o da Marisa.

7 de novembro de 2009

Faltam...



23 dias, 14 horas, 24 minutos e 6 segundos para as férias.
Mas quem está contando?

5 de novembro de 2009

Chacoalhada

Primeiro encontrei uma ex-colega de universidade. A gente fazia parte de um grupo que viajava junto para mil congressos e entendia o mundo da mesma forma. Depois foi um amigo de infância que eu não via há mais de vinte anos. Sabe quando você passa a vida se perguntando: o que será que aconteceu com fulano?! Pois é. Tudo no mesmo dia, assim do nada. Ainda  fui assistir o documentário sobre o Michael Jackson. Resultado, impossível ouvir aquelas músicas e não lembrar de mim nos anos 80. Os melhores. (A pessoa que fui, as coisas que quis. Criatura auto-referente meodeos).
Enfim, a sensação é super estranha: parece que o passado trombou comigo...