28 de novembro de 2009

?????

Em toda minha vida morei sozinha apenas um mês. Quando fui trabalhar temporariamente em outro Estado e fiquei em um hotel. Fora isso, sempre aquela história de dividir espaço com outras pessoas. Um quarto mulherzinha só meu? Aos 12? Aos 15? Nunca. E vocês sabem a ciência que há nisso. Essa coisa da sua liberdade terminar quando começa a do outro sai do macro e vem pro seu mundinho particular-mas-nem-tanto. Como se tudo se resumisse de repente em poder ouvir música na altura que você quiser, acender várias luzes ao mesmo tempo, deixar computador, televisão, ventilador e um monte de outros objetos ligados enquanto você toma banho. Ou simplesmente não ter que ouvir comentários do tipo:
- Tira esses porta-retratos da sala. Que coisa mais cafoooona.
Ou:
- Você sabia que tem gente que vive sem computador?
E ainda:
- Tropecei num sapato agorinha mesmo e tenho certeza que ele é seu. (E sempre é)
Então o que acontece quando Helio e as meninas não estão? Geralmente não faço nada do que penso que vou fazer e acabo dormindo. Ou seja, crio várias expectativas que não se cumprem e vivo presa nesse ser esquisito que gosta de solidão, mas não sabe o que fazer com ela.
- Mãe, estou pensando em morar só...
- Como é?
- Já tá na hora, né?!
- Mas, minha filha, você sabe quanto custa um botijão de gás? Água, luz, telefone? E se você precisar de alguma coisa....e se você sentir minha falta?!

4 comentários:

Lélia Maria disse...

e se vc nao suportar viver com a ausência dela?

Lucila disse...

Esse discurso do porta-retrato sei de quem é!

"Mamãe, mamãe não chore a vida é assim mesmo eu fui embora!
[...]Eu por aqui vou indo muito bem , de vez em quando brinco Carnaval
E vou vivendo assim: felicidade na cidade que eu plantei pra mim
E que não tem mais fim, não tem mais fim, não tem mais fim."(Caetano e Torquato Neto)

Não sei pq me lembrei dessa música.
Beijos.

Belos e Malvados disse...

Ai, Lu. Me matou com essa música, nocaute. E quanto a história dos porta-retratos viu que ainda não superei, né? rsrsr. Beijos.

Beijos Lélia.

Caminhante disse...

Por ser única filha, eu quase sempre tive o meu próprio quarto. Aí a gente fecha a porta, ouve música no último volume e tudo mais.

Mas lendo o seu post, acho que a questão não é ter o quarto ou não. Alguns de nós nasceram para amar a solidão.