8 de janeiro de 2012

Bichos

Eu assistia a série quando era pequena lá nos anos 70, mas só hoje descobri que Daktari significa "médico" na língua Banto. Se não engano, a série girava em torno de um leão vesgo que não conseguia caçar e por isso era protegido pela equipe de um médico norte-americano que vivia em uma reserva na África. Lembro de ficar sempre tensa porque os animais costumavam ser ameaçados por algum inimigo até chegar ao final feliz. Trinta minutos de angústia. Acho que é por isso que cresci detestando filmes com bichos. Os que falam ou não. Quase sempre resvalam para o dramalhão e como minhas torneiras lacrimais são defeituosas e abrem facilmente, realmente não dá. 
E teve a Cheetah (de Tarzan) que morreu esses dias. Na verdade era um macaco e não uma macaca. Depois li que o chimpanzé que morreu velhinho em um santuário na Flórida não era de fato o mesmo que contracenava o Johnny Weissmuller, aquele homem que eu achava uma coisa de lindo e hoje já nem sei.
E teve também Ully, nossa poodle que morreu de banzo. Primeira vez na vida que vi alguém adoecer de tristeza. Isso porque adotamos outro animal.
Na infância, a vizinha da frente tinha um cachorro manco criado no meio da rua. Ela viajava e ele passava dias vagando com fome, até que resolvi assumir a responsabilidade de alimentá-lo. Eu devia ter uns oito anos e sofri horrores quando se mudaram.
Em uma memória ainda mais antiga, teve o cachorro de Maribondo, cidade de Alagoas onde nós moramos um tempo. Ele era de outra família e fugia para brincar comigo, por isso meus pais não quiseram trazê-lo quando viemos para a Bahia. Lembro dele correndo atrás do caminhão de mudança, mas não sei se é verdade ou se inventei a cena.
E teve Frida Kahlo Cerqueira que conseguia driblar todos nossos esforços de segurança e acabou morrendo atropelada por uma carroça em uma das fugas. E Rufus Junior, o último que criamos. E Giordano Bruno, o gato. E o gato de meu amigo Egberto que sofreu uma reação a anestesia e comeu a própria língua. E muitas outras histórias nem tão trágicas assim, mas que servem para me lembrar - caro leitor paciente que conseguiu chegar até aqui - o motivo de resistir tanto a vontade de adotar um novo bicho. EU NÃO QUERO MAIS ME APEGAR. Não quero mais me apegar a nada e ninguém. Lema e slogan para 2012.

4 comentários:

Caminhante disse...

=,(

Leonardo Xavier disse...

Uma hora chega o bicho certo e você vai olhar para ele e esquecer isso tudo! kkk!

ps: Achei o máximo, um gato chamado Giordano Bruno!

Mariana disse...

Já tive tres cães, todos lindos, mas deram taaaanto trabalho, que não aconselho alguém a se aventurar a cuidar de um. Rs
Eu, não quero mais!

Maria do Carmo Vieira disse...

Hummmmm......