5 de outubro de 2013

Admirável mundo moderno

Primeiro veio a máquina de fazer pão para simplificar tudo. Lembrei de minha mãe que passava horas e horas na cozinha em busca de uma massa perfeita que nem sempre dava certo.
A máquina é uma beleza.
Não está sujeita aos caprichos do clima. Pode chover. Pode nevar. Pode estar abafado. Pode cair canivete.
Não precisa deixar a tigela do fermento coberta por não sei quanto tempo. O aparelho faz o trabalho dele e pronto. Lixe as unhas. Leia um livro.
O pão só fica ruim se VOCÊ errar a quantidade dos ingredientes.
Máquina é máquina.
Ou se faltar energia elétrica, como no dia do apagão aqui no Nordeste.
Ai veio o aparelho para fazer cupcakes. Sete de cada vez. Em poucos minutos você faz três fornadas. São pequeninhos e deliciosos.
Podem ser de chocolate, baunilha, cenoura.
Já vem a receita e o cliente decide.
O bolo só sai ruim se VOCÊ errar a quantidade de ingredientes.
Ou se - assim como eu - sofrer de impaciência crônica e não conseguir esperar oito minutos antes de abrir a tampa.
Minha filha mais velha e prendada assumiu o negócio e agora temos bolinhos assadinhos no tempo certo.
Aleluia.
Outro dia estava lembrando de minha mãe fazendo suspiro. Era uma ciência. E por fim, eles só podiam ser assados em forno quase frio. Minha mãe colocava uma caixa de fósforo ou outro obstáculo do tipo para evitar que a porta fechasse durante o cozimento.
Ficavam perfeitos. Crocantes por fora. Macios por dentro. Mas parecia que se você respirasse um pouco mais, todo processo iria por água abaixo.
Só falta agora alguém dizer que também já inventaram máquina de fazer suspiro. E que a receita não leva açúcar, nem clara de ovo, nem delicadeza. Uma substância genérica talvez.

Um comentário:

maria de fatima disse...

Adorva os suspiros que mainha fazia. Tinha o sabor de infancia.