4 de janeiro de 2009

Maysa

Devia ter uns doze anos e estava brincando na rua com outras crianças quando minha mãe apareceu esbaforida no portão de casa: Sabe quem morreu? A Maysa Matarazzo....
Choque total.
Dos seis filhos, eu era a mais próxima de minha mãe naquela época. Vivia grudada nela, absorvia quase por osmose seu amor pelo cinema, seu gosto pela música. Cresci cantando junto com ela e a radiola: ''...se meu mundo caiuuuuu". E outras pérolas do cancioneiro nacional.
Eu a entendia. E a amava com uma intensidade tão absurda que achava que sentia o que ela sentia.
- Do que foi, mãe?
- De acidente... vai passar no jornal, vem ver...
Claro que fui.

2 comentários:

Lélia Sampaio disse...

quero que helena seja assim comigo. com esta mesma entrega, e que absorva a fina flor das minhas preferências e descarte o que é lixo. eu lembro claramente do dia que nara leão morreu e raul seixas também. mas eu era uma tapada completa, fui descobrir como eles dois são fantásticos muitos anos depois...

Caminhante disse...

Mas é assim mesmo, Lélia. Tem músicas que a gente conhece como "aquelas que minha mãe ouvia" e é só esse o gosto que ela tem.

Eu ouvi Bethânia a minha infância toda, sei todas as músicas, e ainda assim só me sinto descobrindo agora. Ouço como se fosse novidade. Tanto que esses dias quase recomendei pra minha mãe... :P