9 de janeiro de 2011

Na multidão

Era o aluno mais promissor do colégio. Todo mundo tinha certeza que, findo o segundo grau, ele iria embora de Feira de Santana ganhar notoriedade em algum outro lugar que pudesse aproveitar melhor suas habilidades. Um pequeno gênio respeitado por professores e admirado pelos colegas. Ontem passei por ele na rua. Sei que lá nos anos oitenta, a criatura foi para Salvador, fez vestibular  para um curso então na moda - desses com concorrência altissima - passou, se formou e voltou para a terrinha natal onde administra  um negócio de familia que nada tem a ver com a área que escolheu.
... Assim, já disse mil vezes neste blog, já disse até em outros blogs que acredito piamente no seguinte: ser bem sucedido não tem nada a ver com o carro, a casa e o status de celebridade que você possui. Ser bem sucedido tem a ver com satisfação pessoal e isso passa, claro, por valores muito particulares. E ainda mais, ninguém tem obrigação de atender as expectativas alheias. Mas eu juro que as vezes gostaria de saber o que acontece no trajeto dessa turma que nasce com o que se chama de "futuro brilhante", tem todas as possibilidades, e de repente vai por outro caminho. Da vida absolutamente comum, anônima.

12 comentários:

Lélia Maria disse...

é que algumas pessoas não têm esta mesma percepção ou não têm força suficiente para lutar pelos próprios desejos ou até - e muito pior - não têm as duas coisas.

Mariana disse...

Anne, às vêzes, alguns acontecimentos no trajeto se intrometem de um tal jeito e na hora de vc se decidir por êste ou aquêle caminho, poderá não depender apenas de você e de seu "projeto"(falo pelos já beirando os 50, porque hoje, só existe o "se dar bem" financeiramente). O leque de interferências pode ser enorme.

Lucila disse...

Penso nisso as vezes. O quanto dedicamos certos pensamentos há algumas pessoas, certos futuros, que nem os próprios pensam. Talvez a gente se frustre pelos outros. O futuro que pensamos p eles não é o mesmo que eles querem, e estão felizes onde estão. Só acho importante termos a opção de também fracassar. Ah sei lá!!

Lara Cavalcanti disse...

Concordo Anne. Satisfação pessoal plena o dinheiro não compra. Para mim é mais importante estar sempre fazendo as coisas que mais gosto na vida do que ter muito dinheiro e não estar satisfeita. beijos

Leonardo Xavier disse...

Algumas vezes as pessoas com futuro brilhante, simplesmente não querem ser brilhantes...

Maria do Carmo Vieira disse...

Assino embaixo, Bela.

S. disse...

as vezes o que brilha pode ser o velho ouro de tolo, traduzindo: o futuro que OUTROS querem para nós. beijinhos.

HG disse...

A vida às vezes vai nos levando pra outros caminhos... Quando não é nosso desejo, temos de "atentos e fortes" para não nos deixar levar.

Mariana disse...

Também concordo com S. "Nem sempre o que reluz é ouro".

Luciana Nepomuceno disse...

hahahah..eu não sei comentar este post por razões pessoais. Beijocas, baby.

A Spínola disse...

Hummm... Não fui para Salvado... Também não era o melhor da turma. Talvez devesse rever algumas coisas, pois não tenho negócios da família para tomar conta... Ó vida... onde aconteceram mudanças que não percebi?
Bjs Anne!

teo disse...

Anne, por que voce acha que praticamente fugi de Feira? a grande maioria das pessoas ainda pensam de forma arcaica, fortemente ligadas às tradições onde se formam para agradar, colocam o diploma num quadro e penduram na parede... até aí é aceitável... mas depois disto, nào custa ir atrás do que interessa à pessoa, seja aos 30,40,50,60, ou mais anos.
A nós como colegas e amigos devemos conversar com estas pessoas, dar um livro que ajude a pensar diferente (o mercado está cheio)... acho qeu falei demais, tá com tom de desabafo!
bsj teo